Boeing quer cortar 10% do número de trabalhadores

Presidente diz que a decisão de redução de pessoal inclui vários tipos de funções, incluindo executivos, num processo que irá ocorrer “nós próximos meses”. Serão afectados 17.000 postos de trabalho.

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Empresa tem atrasado as entregas junto dos clientes David Ryder / UNITED STATES
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Trabalhadores têm estado em greve David Ryder / REUTERS

A Boeing vai reduzir em “cerca de 10%” o número de trabalhadores, de acordo com uma mensagem enviada pelo presidente executivo do grupo norte-americano, Kelly Ortberg. Ao todo, serão afectados perto de 17.000 postos de trabalho, que, segundo a mensagem enviada esta sexta-feira aos trabalhadores, inclui vários tipos de funções, incluindo executivos, num processo que irá ocorrer “nós próximos meses”.

A redução de pessoal tem como objectivo o corte de custos, numa altura em que o grupo enfrenta uma greve de trabalhadores que afecta a produção e atravessa várias dificuldades financeiras após várias falhas ao nível da segurança, com atrasos nas entregas de encomendas de aeronaves (provocando reclamações de empresas como a Ryanair).

Na mensagem enviada aos trabalhadores, o novo presidente executivo, que assumiu funções em Agosto, diz que o actual estado da empresa e o caminho de recuperação requerem “acções duras”, afirmando depois que a Boeing “irá recuperar a confiança dos que dependem de nós”.

A construtura afirmou também que vai acabar com a produção dos aviões de carga 767 em 2027 e que os primeiros aviões de passageiros 777X só serão entregues em 2026, depois de vários atrasos. De acordo com o The New York Times, isto provocará uma perda estimada em dois mil milhões de dólares (1,82 mil milhões de euros).

Falta ainda saber como irá reagir o sindicato de trabalhadores ligados à greve, o AMAW, que representa cerca de 33.000 funcionários da Boeing.

A empresa, cujo último exercício com resultados positivos foi em 2018, viu os seus problemas agravaram-se com a ruptura do painel de uma porta de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines em Janeiro, realçando os problemas com a segurança do grupo, e falhas na logística e erros de gestão. Antes, tinham já caído dois 737 Max 8, provocando diversas mortes, num sector cuja prioridade máxima é a segurança.

Na semana passada, conforme nota o Financial Times, a agência de rating S&P alertou para uma possível descida da nota dada às obrigações da Boeing, o que as poderá colocar no estatuto de “lixo”. Caso isso ocorra, as dificuldades da companhia vão agravar-se, com mais dificuldades de financiamento.

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