Habitação, alimentos e turismo levam inflação para 2,1% em Setembro
O índice de preços no consumidor aumentou em 2,1% em Setembro, face ao ano passado, depois de três meses consecutivos em que se registaram quedas deste indicador.
Depois da descida significativa que tinha sido registada em Agosto, a inflação voltou a acelerar em Setembro e ultrapassou, novamente, a fasquia dos 2%, impulsionada pela subida dos preços em áreas como a habitação, os bens alimentares e o turismo. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nesta quinta-feira e vêm confirmar a estimativa preliminar que já tinha sido publicada no final do mês passado.
De acordo com o INE, o índice de preços no consumidor aumentou em 2,1% em Setembro, em relação a igual período do ano passado, uma taxa superior em 0,2 pontos percentuais àquela que se tinha verificado em Agosto. Isto, depois de três meses consecutivos em que se registaram quedas deste indicador, que culminaram numa variação abaixo da barreira dos 2% em Agosto, quando a inflação homóloga foi de 1,86%.
Esta evolução é registada apesar de, no mês em análise, os preços dos produtos energéticos terem caído de forma expressiva, com uma queda de 3,5%, que é explicada pela "conjugação da redução mensal nos preços dos combustíveis e lubrificantes com o efeito de base associado ao aumento registado em Setembro de 2023".
A queda dos preços naquela que é uma das componentes com maior peso na medição da inflação não foi, ainda assim, suficiente para compensar o encarecimento verificado noutras áreas. Entre as classes com maiores contribuições positivas para a variação dos preços em Setembro, o INE destaca a da habitação (que inclui serviços básicos como a água, electricidade, gás e outros combustíveis), onde os preços subiram em 5,7% em relação ao ano passado; os bens alimentares e bebidas não alcoólicas, que sofreram um aumento de 2,6% em Setembro; os restaurantes e hotéis, onde se regista um encarecimento de 4,7% no mês em análise.
No caso da habitação, a subida explica-se, sobretudo, pelo encarecimento dos preços da electricidade (de 9,5%) e das rendas, que aumentaram em 7,18% em Setembro. Sem a componente de habitação, a taxa de inflação teria aumentado em Setembro, mas permaneceria abaixo da fasquia de 2%, fixando-se em 1,86% nesse mês, mostram os dados do INE.
Em sentido contrário, e para além dos bens energéticos, o INE destaca as classes de transportes, vestuário e calçado e acessórios para o lar (incluindo equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação), como aqueles que tiveram as contribuições negativas mais significativas para a evolução dos preços em Setembro. Todos registaram quedas na casa de 1%.
Já a taxa de inflação homóloga harmonizada (a que pode ser comparada com a dos outros países europeus e que inclui, também, os preços dos bens e serviços adquiridos por não residentes) registou uma subida significativa, com a taxa de variação a aumentar de 1,8% em Agosto para 2,6% em Setembro. Esta evolução é o reflexo, precisamente, do encarecimento de restaurantes e hotéis, serviços usados por turistas.
Apesar da subida destes indicadores, a taxa de inflação média (que representa a média da taxa de inflação homóloga dos últimos 12 meses) manteve a tendência de descida progressiva, passando de 2,3% em Agosto para 2,2% em Setembro.