Activistas colam foto de mãe e filho palestinianos sobre pintura de Picasso na National Gallery

“O Governo britânico é cúmplice de genocídio”, acusaram os activistas, que colaram uma fotografia por cima da Maternidade, de Picasso, e atiraram tinta vermelha ao chão. Não há estragos registados.

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DR/Youth Demand
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Uma dupla de activistas britânicos colou uma foto de uma mãe e filho vítimas dos ataques em Gaza por cima de uma pintura de Picasso na National Gallery, em Londres.

O protesto, organizado pelo grupo político e activista Youth Demand, aconteceu esta quarta-feira, 9 de Outubro, pelo meio-dia, e durou poucos segundos, já que um segurança do museu rapidamente interveio, retirando a fotografia onde se vê uma mãe a chorar com uma criança ensanguentada nos braços.

No vídeo, vê-se que dois activistas colam a fotografia por cima do quadro Maternidade, de 1901, onde figura exactamente uma mãe a abraçar um filho. Foi também atirada uma lata de tinta vermelha ao chão – um protesto semelhante ao utilizado pelo grupo Just Stop Oil que, em manifestação pela crise climática, atirou sopa de tomate aos Girassóis de Van Gogh (quadro que também está exposto no National Gallery), em Outubro de 2022.

Depois de retirar a imagem colada, o segurança retirou um dos activistas da Youth Demand da sala e encostou-o à parede, enquanto este proclamava “Palestina livre”.

No vídeo, pode ainda ouvir-se o jovem: “O Governo britânico é cúmplice de genocídio (...) crianças estão a morrer em Gaza, estão a ser operadas sem anestesia, as mulheres estão a dar à luz sem qualquer auxílio médico.”

E continua: “87% da população apoia um embargo no envio de armas para Israel, mas o Governo continua a enviá-las. A juventude deste país deve recuperar a democracia”.

De acordo com outro vídeo publicado na conta do X da Youth Demand, o manifestante que foi retirado pelo segurança é identificado como Jai Halai, trabalhador do NHS (o Serviço Nacional de Saúde britânico), que afirmou estar a protestar por “já ter passado um ano” desde que tem visto colegas terem de lidar com “condições horríveis”.

A National Gallery, citada pelo Daily Mail, referiu que não houve qualquer estrago provocado nas obras de arte, mas confirmou que a sala onde o protesto aconteceu estava, até ao momento, encerrada ao público.

O ministério da Saúde do Governo do Hamas fez este domingo um balanço de cerca de 42 mil mortos e 100 mil feridos desde o início do ataque de Israel, há um ano. Mais de 16 mil vítimas são crianças. Os números podem ser muito superiores, já que as autoridades admitem que possam existir vítimas nos escombros e zonas inacessíveis.

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