Furacão Milton regressa à categoria máxima ao aproximar-se da Florida

Furacão, que deverá atingir a Florida dentro de poucas horas, cresceu de categoria 1 para categoria 5 em menos de 24 horas. Habitantes têm poucas horas para deixar as suas casas.

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Milhares de moradores estão a deixar a Florida com a aproximação do furacão Milton Marco Bello / REUTERS
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Port Charlotte, Florida Ricardo Arduengo / REUTERS
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Fort Myers, Florida Ricardo Arduengo / REUTERS
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Sarasota, Florida Ricardo Arduengo / REUTERS
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Orlando, Florida Jose Luis Gonzalez / REUTERS
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Fort Myers, Florida Ricardo Arduengo / REUTERS
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O Milton voltou a intensificar-se nas águas do golfo do México e foi novamente classificado como um furacão de categoria 5, enquanto se aproxima da costa oeste da Florida, onde deverá ter impacto na noite desta quarta para quinta-feira, ou seja, dentro de algumas horas. São, nesta altura, 3h da manhã na Florida e os moradores do estado têm poucas horas para deixar as suas casas ou para se prepararem para um dos furacões mais destrutivos a atingir aquela zona nos últimos 100 anos.

No seu comunicado mais recente, o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) alertou que “os residentes da Florida devem preparar-se” para deixar a sua residência se forem orientados pelas autoridades locais. “Toda a península da Florida está sob alguma forma de vigilância ou alerta”, destacou o governador da Florida, Ron DeSantis.

O NHC alertou que Milton é “um furacão extremamente perigoso” que aumentou de dimensão à medida que se aproxima da costa oeste da Florida, regressando à categoria mais elevada na escala Saffir-Simpson (categoria cinco). Tem actualmente ventos máximos sustentados de 270 quilómetros por hora. Antes disso, “ondas devastadoras” e uma “tempestade com risco de vida” são esperadas ao longo da costa norte da península de Yucatán, no México, alertou o NHC.

Milton pode ser “a pior tempestade na Florida num século”, alertou o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, à margem de uma reunião com os seus conselheiros na Casa Branca para fazer um balanço dos preparativos. “Devem retirar-se agora, é uma questão de vida ou de morte”, realçou ainda o chefe de Estado norte-americano, num apelo aos residentes do terceiro estado mais populoso dos Estados Unidos.

Também Jane Castor, governadora de Tampa, avisou na segunda-feira à noite que obedecer às ordens de evacuação obrigatória é crucial para "sobreviver". "Posso dizer sem dramatização nenhuma: se escolherem ficar numa das áreas de evacuação obrigatória vão morrer", disse. Quando questionado sobre o que diria à população que enfrentou tempestades deste género no passado, a governadora enfatizou que "nunca houve uma tempestade como esta" e que o furacão se está a preparar para ser "literalmente catastrófico". "As pessoas precisam de sair daqui", reforçou.

As alterações climáticas tornam mais provável a rápida intensificação das tempestades e aumentam o risco de furacões mais poderosos ao aquecer as águas do mar e dos oceanos, de acordo com os cientistas. As temperaturas no Atlântico Norte têm vindo a evoluir continuamente há mais de um ano, em níveis de calor recorde, de acordo com dados do Observatório Meteorológico Americano (NOAA).

De acordo com o especialista meteorológico Michael Lowry, “se as piores previsões se concretizarem para a região de Tampa Bay, as inundações costeiras causadas por Milton poderão ser o dobro das observadas há duas semanas durante Helene. “O Milton fortaleceu-se na segunda-feira a um ritmo alucinante”, um dos “mais rápidos alguma vez observados na bacia do Atlântico”, acrescentou.

Geradores, alimentos, água e lonas estão a ser distribuídos por toda a Florida. Em Tampa, dezenas de carros fazem fila para recolher sacos de areia para tentar proteger as suas casas das cheias esperadas. Mais de de 1 milhão de pessoas que residem em áreas costeiras foram instruídas a deixarem as suas casas e aqueles que fugiram para áreas mais altas congestionaram estradas e postos de gasolina, abalando ainda mais uma região que ainda se recuperava dos impactos devastadores do furacão Helene, que há menos de duas semanas causou inundações 234 mortes e danos consideráveis em meia dúzia de estados.

A tempestade estava em rota de colisão com a área metropolitana de Tampa Bay, lar de mais de 3 milhões de pessoas, embora os meteorologistas tenham dito que o curso do furacão pode mudar antes que chegue à costa.

Embora a velocidade do vento pudesse baixar o furacão para uma categoria mais baixa, o tamanho da tempestade está a aumentar, colocando cada vez mais áreas costeiras em perigo. Este furacão tornou-se na terceira tempestade de intensificação mais rápida já registada no Atlântico, crescendo de categoria 1 para categoria 5 em menos de 24 horas.

Cerca de 2,8% do produto interno bruto dos EUA está na rota directa do Milton, disse Ryan Sweet, economista-chefe na Oxford Economics, à agência Reuters. Companhias aéreas, empresas de energia e um parque temático da Universal Studios estão entre as empresas que começaram a interromper as suas operações na Florida.

Mais de uma dúzia de condados costeiros emitiram ordens de evacuação obrigatória, incluindo Hillsborough, em Tampa. Pinellas, que inclui St. Petersburg, ordenou a evacuação de mais de 500 mil pessoas e o condado de Lee avançou que 416 mil pessoas viviam nas zonas de evacuação.