Pode um rosé ser apreciado em qualquer estação do ano?

O Quinta do Carmo Rosé é recente, mas tem na sua essência a história e terroir da propriedade alentejana. Para apreciar em qualquer ocasião.

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Longe vão os tempos em que o rosé era quase desvalorizado, uma categoria de vinhos considerada pouco complexa. Hoje, os perfis de rosés são variados e o consumo evoluiu de igual forma. Pelas características mais comuns, de vinho leve e frutado, o rosé era associado a dias quentes e refeições ligeiras. A Quinta do Carmo, coração da Bacalhôa no Alentejo, apresenta o seu rosé e promete surpreender os apreciadores de vinho - seja qual for a ocasião.

Um rosado equilibrado e vibrante

Para perceber o terroir da Quinta do Carmo, é importante, antes de mais, olhar para a tradição da propriedade da Bacalhôa no Alentejo. São 1.000 hectares (ha) repartidos entre vinha, olival, montado e floresta. Da área de vinha, agora com cerca de 153 ha, há registo de vinhos rotulados desde o século XIX e foi nela que se plantou, pela primeira vez, em Portugal, a casta base dos tintos lá produzidos – a Alicante Bouschet.

Desde 1996 que Rui Vieira trabalha com vinhos e já passou por várias regiões, do Dão ao Ribatejo. Depois de 15 vindimas em Portalegre, a sua paixão pelos vinhos alentejanos levou-o até à Quinta do Carmo. Sobre as características distintivas deste terroir, o responsável do grupo Bacalhôa pela enologia da região do Alentejo identifica duas influências importantes. A primeira, explica, é “ao nível da constituição dos solos, com argila e xisto sobre o veio de mármore que por aqui passa”, o Anticlinal de Estremoz. Depois, “a existência de um microclima influenciado pela Serra da Ossa”, sugere, é "decisivo para que existam condições propícias a uma maturação muito equilibrada das uvas”. Esses factores contribuem, por isso, para “mostos muito ricos, excelentes para a produção não só de vinhos brancos e tintos, mas também de rosados”, refere o enólogo.

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É decisivo para que existam condições propícias a uma maturação muito equilibrada das uvas”

O Quinta do Carmo Rosé é produzido a partir das castas Aragonez e Touriga Nacional, capturando a essência única da Quinta. A sua colheita precoce resulta num vinho naturalmente equilibrado e vibrante, com uma cor rosada viva e aromas complexos frutados e florais. Sobre as castas, Rui Vieira explica que a Aragonez, plantada na Vinha da Cabeça Alta, está “muito bem adaptada à região” e é muito versátil. Se colhida relativamente cedo, “proporciona mostos pouco coloridos, mas com boa maturação para a produção de vinhos rosados frutados e equilibrados”. Já a Touriga Nacional, reconhecida pelo seu carácter frutado, contribui para uma certa “exuberância aromática”, descreve, aliada a “uma grande elegância e frescura na prova”. A combinação das duas castas pareceu ao enólogo “perfeita” para demonstrar toda a apetência das vinhas da Quinta do Carmo para a produção de “excelentes vinhos” – dos quais este rosé não é excepção. Um pormenor (que faz diferença): faz um breve estágio em barris de madeira usados.

Quinta do Carmo: um ícone da viticultura alentejana

A história da Quinta do Carmo, localizada em Estremoz, remonta ao século XVIII e é um dos ícones da viticultura do Alentejo. Tal como o próprio grupo Bacalhôa, a gestão da propriedade faz-se com base no compromisso com a sustentabilidade. Os visitantes que queiram conhecer melhor o Carmo, terão, por isso, a possibilidade de experienciar um pouco do que é a tradição, visitando as vinhas e provando os vinhos como o Quinta do Carmo tinto e o recém-lançado rosé. Fica a sugestão de um programa de enoturismo para perceber melhor o porquê deste terroir tão especial. Tal como o próprio rosé, adequada em qualquer altura do ano.