Portugueses repatriados do Líbano: “Vi de tudo o que se possa imaginar numa guerra”

Grupo de 44 pessoas aterrou em Lisboa este sábado. Operação de repatriamento esteve a cargo da Força Aérea.

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Situação bélica no Líbano levou 28 portugueses a pedir ajuda ao Estado para sair STRINGER / EPA
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As 44 pessoas que pediram ajuda ao Estado português para sair do Líbano chegaram ao início da noite de sábado a Lisboa. O avião KC-390, da Força Aérea Portuguesa, aterrou em Figo Maduro por volta das 20h30.

Antes do transporte para Lisboa, os cidadãos foram levados de Beirute para Larnaca, em Chipre, também numa aeronave da Força Aérea, um Falcon-50.

Os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa esclareceram, em comunicado conjunto, que foram retirados do Líbano 28 cidadãos portugueses e respectivas famílias.

O Governo já tinha desaconselhado as viagens e permanências naquele país, que Israel tem bombardeado ininterruptamente nos últimos dias. Acredita-se que a situação venha a ficar ainda mais tensa após a confirmação do assassinato de Hassan Nasrallah, líder histórico do Hezbollah.

Uma das pessoas que foi retirada do país relatou aos jornalistas presentes em Figo Maduro como foi a sua vida no Líbano durante o último ano. "Nunca vi nem aviões, nem drones, nem mísseis. Desta vez eu vi de tudo o que se possa imaginar numa guerra. Era 24 sobre 24 horas", descreveu Eurídice Laquis, em declarações transmitidas pelos canais de televisão. "O Líbano sempre foi um país muito seguro. Mas no último ano não foi seguro", acrescentou.

Esta mulher veio para Portugal acompanhada pelo marido e dois filhos. Até 7 de Outubro de 2023, nunca se sentira insegura no Líbano, mas a situação degradou-se desde então e particularmente na última semana. "Na segunda-feira às 6h, Israel começou a bombardear. Estávamos a dormir, acordámos com muitos bombardeios. Saímos a correr, com pressa, sem nada, com a roupa do corpo, com os miúdos. Foi um filme terrível que nunca pensei passar na minha vida."

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