“Imigrantes, bem-vindos”: no palco da habitação, a luta fez-se contra a xenofobia
A plataforma Casa Para Viver organizou a quarta manifestação pelo cumprimento do direito à habitação no espaço de um ano e meio. Protestos aconteceram em 22 cidades por todo o país.
À quarta vez, a cidade está cansada. De escolher entre pagar a renda ou comer, de viver com os pais, de procurar uma casa e encontrar uma despensa, de chamar um vizinho e ouvir um turista, de fazer as camas e limpar as mesas onde só se deita e come quem cá não vive. À quarta vez, a língua e as canetas estavam mais destravadas. Os palavrões e os trocadilhos com Carlos "Moerdas" encheram os cartazes e os insultos a governantes ocuparam os megafones. E, à quarta vez, a mensagem política já é clara e os alvos também. Na véspera da manifestação anti-imigração do partido de direita radical populista Chega, e numa altura em que o Governo planeia apertar o controlo de imigração, quem saiu à rua pelo direito à habitação gritou que ele "é de todos" e abriu os braços contra o fecho de fronteiras: "imigrantes, bem-vindos".
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