O diabo reapareceu na Gulbenkian

A Danação de Fausto de Berlioz foi tocada e cantada na Gulbenkian com uma precisão orquestral e coral assinaláveis. Uma obra excessiva e tremenda, que a boa direcção de Hannu Lintu tornou clara.

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Berlioz faz mil efeitos e sobreposições, transições súbitas e arroubos rítmicos. A direcção orquestral do maestro Hannu Lintu orientou a música para a clareza Jorge Carmona
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Tenor Paul Appleby à esquerda, Alexander Vinogradov (à direita) foi um Mefistófeles vivo, com pujança vocal e bom ímpeto dramático Jorge Carmona
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Victoria Karkacheva cantou maravilhosamente “Do amor a chama ardente...” Jorge Carmona
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Alexander Vinogradov Jorge Carmona
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Execução brilhante do Coro e Orquestra Gulbenkian Jorge Carmona
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Execução brilhante do Coro e Orquestra Gulbenkian Jorge Carmona
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A Danação de Fausto de Berlioz foi tocada e cantada na Gulbenkian com uma precisão orquestral e coral assinaláveis Jorge Carmona
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"Só preciso de uma assinatura neste velho pergaminho", diz Mefistófoles a Fausto. E ele assina, pois claro, antes de partir para o abismo, a galope. Também a orquestra vai a galope, num jogo de ilustração musical delirante, coisa que abunda em A Danação de Fausto, estreada em 1846 em Paris. Que terá pensado o público da época desta obra excessiva e violenta? Terá sentido um pavor semelhante ao que sentimos na Quarta Parte desta música abissal? Hoje, só conseguimos ver nesta assinaturazinha diabólica e neste galope orquestral o nosso mundo insano a galopar para a barbárie. E nós a assinar por baixo.

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