Rendas voltam a subir e ultrapassam fasquia dos oito euros por metro quadrado pela primeira vez
As rendas voltaram a aumentar a ritmo acelerado no segundo trimestre de 2024, depois de um início de ano em que começavam a registar-se quedas. O valor mediano bateu um novo recorde.
Depois de um trimestre de quedas, as rendas voltaram a aumentar a ritmo acelerado e ultrapassaram uma nova fasquia pela primeira vez desde que há registos. O movimento de subidas foi transversal a todo o país e particularmente acentuado nas grandes cidades, onde as rendas aumentam acima da mediana nacional.
Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, no segundo trimestre deste ano, o valor mediano das rendas de novos contratos de arrendamento foi de 8,08 euros por metro quadrado, um aumento de 11,1% em relação a igual período do ano passado e uma subida de 8,2% face ao primeiro trimestre de 2024. Este aumento trimestral, que se segue a uma queda de cerca de 3% no arranque deste ano, é o maior já registado pelo INE desde o início desta série estatística, que recua até ao início de 2020.
Isto, num período em que se celebraram 22.181 novos contratos de arrendamento, o que representa uma queda de 15% em relação ao primeiro trimestre deste ano, mas uma subida de 6,9% face ao segundo trimestre do ano passado.
O crescimento das rendas é transversal a todo o país. No segundo trimestre, a renda mediana aumentou, face ao ano passado, em quase todas as regiões analisadas pelo INE, à excepção dos Açores e do Alto Alentejo, onde se registaram quedas de 2,8% e 0,3%, respectivamente. Já o Alentejo Litoral, Madeira e Alentejo Central registaram as maiores subidas, superiores a 20% em todos os casos, enquanto na Grande Lisboa, onde se encontram as rendas mais elevadas (com um valor mediano de 12,99 euros por metro quadrado), houve um aumento abaixo da mediana nacional, de 9,7%.
Os aumentos são particularmente acentuados nas grandes cidades, onde se registam, maioritariamente, subidas acima da mediana nacional. No período em análise, as rendas aumentaram em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes e, em 13 deles, as subidas ultrapassaram os valores nacionais. O Funchal destaca-se, com um aumento superior a 37% da renda mediana, para 12,33 euros por metro quadrado, seguindo-se Barcelos, onde as rendas aumentaram 22% e atingiram um valor mediano de 5,37 euros por metro quadrado (ainda assim, muito abaixo da mediana nacional).
Já no município de Lisboa a evolução ocorreu a ritmo mais lento, com uma subida de cerca de 5%, mas as rendas ultrapassaram uma nova fasquia: chegaram a um valor mediano de 16 euros por metro quadrado que nunca tinha sido registado. Na cidade do Porto, o aumento de 7,5% levou a que as rendas se fixassem num valor mediano de 12,85 euros por metro quadrado.
As regiões de Lisboa e Porto voltaram, por outro lado, a concentrar a maioria do mercado. Em conjunto, a Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto responderam por 9526 novos contratos de arrendamento, o equivalente a mais de 42% do total de novos contratos a nível nacional.