Sem o corte no IRC, o que resta ao Governo?

Ao agravar os custos do trabalho, o Governo entra no território do PS, do Bloco e do PCP, mas deixa o flanco aberto para ataques das classes empresariais que o seu programa prometia proteger.

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Em 2013, o então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho estabeleceu uma tese sobre o salário mínimo que haveria de prevalecer na doutrina do PSD pelo menos até 2020. Disse Passos Coelho numa sessão parlamentar: “Quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego, a medida mais sensata que se pode tomar é [diminuir o salário mínimo]. Foi isso que a Irlanda fez no início do seu programa.” O líder do Governo na altura não baixou o salário mínimo, até porque, reconheceu, em Portugal o seu valor representava metade do irlandês. Mas tratou de indexar qualquer valorização aos ganhos de produtividade. Num período de grave crise financeira, e de elevadas taxas de desemprego, promoveu apenas uma actualização do salário mínimo em quatro anos da sua governação. Mais 20 euros.

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