Incêndios. Pedro Nuno diz que MAI está fragilizada e critica Montenegro

Líder do PS acusou o primeiro-ministro de ter ignorado outros fatores na origem dos incêndios, centrando-se apenas no fogo posto.

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Pedro Nuno Santos durante a visita a uma habitação que ardeu na freguesia de Macinhata da Seixa, no âmbito da deslocação aos territórios afetados pelos recentes incêndios., em Oliveira de Azeméis PAULO NOVAIS / LUSA
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O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, criticou esta segunda-feira o primeiro-ministro por se centrar no fogo posto como único factor na origem dos incêndios e defendeu que a ministra da Administração Interna está fragilizada.

"Hoje já podemos dizer algumas coisas que não correram bem, seja na actuação da ministra da Administração Interna [Margarida Blasco], seja na centralidade que o primeiro-ministro deu a um dos factores [fogo posto], ignorando todos os outros, nomeadamente a prevenção e o combate", disse Pedro Nuno Santos aos jornalistas em Macinhata da Seixa, Oliveira de Azeméis (distrito de Aveiro), onde visitou uma habitação ardida nos incêndios da semana passada.

Questionado se Margarida Blasco é hoje uma ministra fragilizada, Pedro Nuno Santos respondeu que "não precisa de ser o líder do PS a dizê-lo".

"Ouvimos autarcas do PSD, comentadores muito próximos do PSD a fazer a crítica à ministra. Mas a verdade é que as críticas aos ministros têm um limite a partir do qual é de quem fez a escolha e de quem mantém. Essa responsabilidade é, obviamente, do primeiro-ministro", vincou.

Para Pedro Nuno Santos, também Luís Montenegro "não está isento de críticas" durante o processo de combate aos incêndios, na última semana.

"Um primeiro-ministro devia estar, hoje, preocupado em reunir peritos, em perceber o que é preciso fazer do ponto de vista da prevenção, o que é preciso fazer do ponto de vista do combate, e não estar apenas focado num factor que não é irrelevante [fogo posto], que é importante, mas para o qual ao longo dos anos tem havido até resultados", referiu.

Segundo o secretário-geral do PS, "nos últimos 10 anos triplicou a detenção dos incendiários, este ano já houve muitas detenções, há aplicação, mesmo, de penas muito altas a incendiários em Portugal".

"Isso não quer dizer que não seja um tema, continua a ser um tema muito importante. Agora, se quisermos garantir que, no futuro, temos menos área ardida, conseguimos controlar, evitar danos e perda de vidas, então temos de olhar para lá disso", referiu.

Para o líder do PS, Luís Montenegro esteve "muito concentrado na punição, anunciando equipas que já estavam criadas, lançando suspeitas desmentidas pela Polícia Judiciária e pela GNR".

O líder da oposição considerou também que nos incêndios da última semana "os alertas não foram suficientemente eficazes, não se encerraram atempadamente estradas, colocando muitas pessoas em risco de vida".