Amália no mundo e além do fado – em dois espectáculos

Neste domingo, o CCB recebe Amália na América, celebração orquestral da passagem da fadista pelos EUA. A 26 e 27, a Biblioteca Orlando Ribeiro apresenta O Fabuloso Destino de Amália.

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Rui Gaudêncio
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Dizia Amália Rodrigues que cantava folclore “como uma pessoa que anda a cantar no campo”. Era-lhe natural, portanto. O canto saía-lhe da voz, das mãos, do corpo inteiro, num palco, na rua, em qualquer lugar onde se encontrasse. Cantava folclore, à semelhança de tudo o resto, como ninguém. De tal maneira que, ao conhecer, em Cannes – assim o contou ao seu biógrafo Vítor Pavão dos Santos –, o maestro norte-americano Andre Kostelanetz, este assumiu o seu encanto com as suas gravações de temas populares e propôs-lhe interpretar aquele reportório com orquestra nos Estados Unidos. “Achou que aquelas músicas com orquestra podiam ser espectáculo, já que o fado não dava para orquestra”, contou a cantora em Amália – Uma Biografia. E foi assim que, pela mão de Kostelanetz, actuou no Lincoln Center, Nova Iorque (1966 e 1968) e no Hollywood Bowl, Los Angeles (1966), cantando temas como O trevo, Erva cidreira do monte, Mané Chiné, Lá vai Serpa, lá vai Moura ou Tirana.

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