Sapiens elevou um historiador israelita, formado em História Militar Medieval e da Idade Moderna, ao estatuto de guru e figura oracular do século XXI. O livro de 2011 é presença habitual em listas de melhores livros do século, best-seller com lugar cativo, duas décadas volvidas, nos destaques das livrarias de múltiplos países – Portugal incluído.

O historiador chama-se Yuval Noah Harari e tem um novo livro, Nexus. Partindo dos conceitos que alicerçam a sua visão da História e que encontramos em Sapiens (como as "ficções"), Harari olha para o novo mundo da inteligência artificial (IA).

Esta tecnologia está a dar os primeiros passos e os seus efeitos já são amplamente visíveis. "Por exemplo: na forma como as redes sociais minaram as democracias em todo o mundo. Em parte, tal deve-se a decisões tomadas por algoritmos que descobriram coisas de forma independente", diz em entrevista ao Ípsilon em Londres. "Criou grande caos político e social, foi feito por uma IA extremamente primitiva, nada de comparável às capacidades que veremos dentro de cinco ou dez anos."

Com a IA a ameaçar entrar em domínios como a atribuição de empréstimos, conseguir um emprego e a própria política, é a democracia que está em causa, considera. "Se todas as decisões sobre a nossa vida forem tomadas com base nestas categorias algorítmicas que não compreendemos, isso significa certamente o fim da democracia, porque não há responsabilização nem transparência."

Depois do triunfo no festival de cinema de Cannes deste ano, Grand Tour chega aos cinemas portugueses. É obra de Miguel Gomes, mas também de uma equipa capaz de dar a volta aos contratempos da pandemia e da redução de financiamento. Luís Miguel Oliveira conversou com Miguel Gomes, Maureen Fazendeiro, Mariana Ricardo e Telmo Churro. Formam o "comité central" de Gomes, argumentistas especialistas em "caçar borboletas" e resolver crises. Vasco Câmara assina a recensão ao filme.

A maior exposição na Europa dedicada à obra de William Klein, depois da sua morte em 2022, chega ao MAAT, em Lisboa. Uma viagem aos mundos do artista que foi fotógrafo, pintor, cineasta e designer.

Com curadoria da portuguesa Filipa Oliveira, a bienal itinerante Manifesta aterrou em Barcelona e 11 cidades que a rodeiam. Entre os 92 participantes, há quatro portugueses. Isabel Salema foi a Barcelona e dá-nos o retrato.

"A certa altura, o álcool deixou de funcionar, e virei-me para a literatura. Não bebo uma única gota de álcool há 11 anos. Não é um mau caminho, pois não?", diz o escritor bósnio, a viver em França, Velibor Colic. A sobrevivência trouxe-lhe a lucidez para escrever um livro que ameaça tornar-se uma referência na literatura sobre exílio.

Lugar de salvação individual e comunitária, onde nos perdemos e nos encontramos, In Waves, o segundo álbum a solo de Jamie xx, é um elogio ao club. "A minha música de dança favorita são coisas que posso ouvir nos auscultadores", afirma o produtor e membro dos The xx ao Ípsilon.

Também neste Ípsilon:

– Música: conversa com os Beautify Junkyards sobre Nova; críticas a Endlessness de Nala Sinephro e Le Clique: Vida Rockstar (X) de Jhayco;

 Livros: recensões a Paiol, belíssima estreia da poeta Ana Isabel Mouta, e aos Contos Completos de Katherine Mansfield.

E não só. Boas leituras!


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