Reunião da Assembleia Municipal de Lisboa suspensa após Moedas ser acusado de mentir

Presidente da autarquia não gostou de ouvir deputada municipal do Bloco de Esquerda a dizer que mentiu na questão dos painéis publicitários de grande dimensão na cidade. Trabalhos já foram retomados.

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Carlos Moedas disse que preferia sair da sala da Assembleia Municipal de Lisboa em defesa da sua honra Rui Gaudêncio
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A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa suspendeu hoje a reunião plenária após discussão entre deputados do PSD e do BE, na sequência da decisão do presidente da câmara sair da sala por ter sido acusado de mentir.

"Chamou-me mentiroso e vou-me retirar da sala enquanto estiver o BE a falar", afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), durante a reunião da Assembleia Municipal, onde se encontrava a prestar contas do trabalho do executivo camarário entre Julho e Agosto.

Essa decisão surgiu na sequência da intervenção da deputada municipal do BE Maria Escaja sobre a colocação de painéis publicitários de grande dimensão na cidade, criticando Carlos Moedas por "culpar reiteradamente o anterior executivo" quando o contrato com a JCDecaux foi assinado no actual mandato.

"Carlos Moedas mente. Porque é que não assume as responsabilidades?", interpelou a bloquista. Em defesa da honra, o presidente da câmara decidiu sair da sala, o que ocorreu pelas 17h27.

Posteriormente, a intervenção do BE continuou com a deputada Joana Teixeira, que considerou que a atitude de Carlos Moedas revela a incapacidade de responder às questões colocadas.

Com isto, houve uma discussão entre deputados do PSD e do CDS-PP e a bancada do BE e dos deputados independentes do movimento Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).

Miguel Graça, dos Cidadãos Por Lisboa, disse que as interjeições dos deputados da direita aconteciam por a bancada do BE ser composta por "deputadas mulheres", o que aumentou a discussão e que levou a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse (PS), a suspender a reunião.

"Os trabalhos vão-se suspender por cinco minutos", avisou Rosário Farmhouse, pedindo aos serviços para suspenderem a transmissão em directo.

"O que está aqui a acontecer é uma vergonha. Ou se acalmam e conseguem trabalhar juntos ou então a reunião termina aqui. Enquanto não se acalmarem os trabalhos não retomam", expôs a presidente da assembleia municipal, tendo depois reunido a conferência de líderes no palco do auditório.

Pelas 17h55, os trabalhos foram retomados, com a continuação da intervenção da deputada do BE Joana Teixeira.