Para Portugal foi dia de atropelo no Mundial de futsal

A selecção nacional estreou-se no Campeonato do Mundo com uma destruição ao Panamá (10-1), com golos de todas as formas e feitios. Portugal igualou o maior triunfo de sempre em Mundiais.

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Erick Mendonça em acção diante do Panamá FPF
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No Mundial de futsal, Portugal e Panamá mostraram que, apesar de praticarem a mesma modalidade, não praticam exactamente a mesma modalidade. São futsais diferentes. Nesta segunda-feira, Portugal venceu por 10-1 na estreia neste Mundial, no Uzbequistão, numa partida para a qual o seleccionador Jorge Braz tinha alertado para a evolução do Panamá, depois do 9-0 que Portugal aplicou em 2016.

“Estão muito mais organizados e com um jogo muito mais consciente. Já revi alguns lances desse jogo e, em alguns momentos, tinham pouca consciência em termos de organização e aproveitámos muito bem. Não me parece que seja igual desta vez. Parece-me uma equipa com outra maturidade competitiva", apontou.

Antes do jogo, esta ideia já parecia uma retórica comunicacional típica de treinador. Depois do jogo, ficou a certeza de que era isso. Não é possível que Jorge Braz não estivesse a par das fragilidades tremendas desta equipa, algo que podemos explicar da seguinte forma: Portugal marcou quatro golos de bola parada e, dos dez golos sofridos pelo Panamá, houve “patrocínio” considerável do guarda-redes ou de um dos defensores em pelo menos quatro – e, em alguns casos, das duas coisas.

Houve golos verdadeiramente embaraçosos e não é crível que este Panamá seja um real teste para Portugal, cuja preparação, não tendo sido má, foi pouco exuberante.

Mas se Braz quiser ver este jogo como um treino competitivo de bolas paradas e um treino físico para a intensidade de jogo, então este triunfo frente ao Panamá foi um dia útil em Tashkent. Até porque não houve golos sofridos em bola corrida – apenas de penálti – e isso é sempre um bom factor para levar para o jogo seguinte.

Portugal começou o jogo sem pivot de raiz e a jogar em 4x0. A ideia era ter mais dinâmica para fazer “dançar” a equipa do Panamá, que se remetia a defender nos seus dez metros e bater longo na frente quando tinha a bola – raramente fizeram mais de cinco passes seguidos.

A descrição dos golos tornar-se-ia fastidiosa para um texto escrito, pelo que faz sentido atalhar: um autogolo, dois golos de Afonso Jesus e André Coelho e um de Paçó, Kutchy, Bruno Coelho, Erick e Pany.

Depois de chegar ao intervalo com 9-0, Portugal entrou na segunda parte com menor fulgor. Ainda sofreu um golo de penálti e marcou um de calcanhar, por Pany, mas já não era disso que se tratava. Por essa altura, a ideia era gerir o esforço para quinta-feira.

Portugal volta a jogar nesse dia frente ao Tajiquistão. Será às 16h de Portugal continental, com transmissão na RTP1.

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