Ataque israelita mata seis funcionários de agência das Nações Unidas
António Guterres condenou ataque de quarta-feira. “O que está a acontecer em Gaza é inaceitável”, afirma secretário-geral da ONU.
Um ataque israelita a um abrigo para refugiados matou seis funcionários da agência das Nações Unidas de apoio aos refugiados palestinianos (UNRWA). As mortes desta quarta-feira, 11 de Setembro, foram confirmadas por António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que considera “inaceitável” a situação actual em Gaza.
“O que está a acontecer em Gaza é totalmente inaceitável. Uma escola que virou abrigo para cerca de 12 mil pessoas foi atingida por um ataque aéreo israelita hoje [quarta-feira]. Seis dos nossos colegas da UNRWA estão entre as vítimas. Estas violações dramáticas do direito humanitário precisam de parar agora”, escreveu António Guterres, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
Pelo menos 14 palestinianos morreram e outros 18 ficaram feridos no ataque à escola Al-Jaouni, em Nuseirat, no centro de Gaza. Tal como em ocasiões passadas, Israel justificou o bombardeamento com objectivos militares, dizendo que o abrigo era usado por forças terroristas para planear e executar ataques contra forças israelitas.
As forças armadas israelitas afirmaram ter tomado medidas para “mitigar o risco de ferir civis”, tais como a utilização de munições de precisão, vigilância aérea e outros métodos de informação, embora normalmente façam estas afirmações sempre que atacam locais protegidos pelo direito humanitário internacional, tais como escolas ou hospitais.
O Governo de Gaza alega que Israel bombardeou mais de 18 escolas ou abrigos no campo de refugiados de Nuseirat.
Os bombardeamentos ocorrem numa altura em que os principais hospitais do centro da Faixa de Gaza, Al-Aqsa Martyrs e Al-Awda, têm dificuldades em funcionar devido ao número crescente de vítimas que recebem e a outros problemas como a falta de electricidade.
“Consideramos a ocupação israelita e a Administração norte-americana totalmente responsáveis pela continuação do crime de genocídio e pela prática de massacres contra civis na Faixa de Gaza”, afirma o comunicado do Governo.
As forças armadas israelitas, por seu lado, insistem que é o Hamas que abusa sistematicamente das infra-estruturas civis “em violação do direito internacional”.