Festival de Marionetas do Porto regressa a 11 de Outubro com 14 companhias
Estarão presentes 14 companhias, sendo dez portuguesas e quatro estrangeiras, provenientes da Bélgica, França, Inglaterra e Líbano.
O Festival Internacional de Marionetas do Porto — fimp’24 regressa a 11 de Outubro, sob o signo da trilogia “Existir. Resistir! Desistir...”, expressa no trabalho de 14 companhias, dez portuguesas e quatro estrangeiras, provenientes de Bélgica, França, Inglaterra e Líbano.
“As três ideias que presidem ao processo de estruturação do programa entrelaçam-se, e enquanto atitudes simbólicas são possíveis de encontrar ao longo de todo o programa”, refere Igor Gandra, director artístico do fimp, em comunicado.
Para compreender esta filosofia, Igor Gandra explica que “nesta coisa de Existir” há propostas que “nos levam a questionar a nossa própria existência e coexistência”, salientando que o projecto que melhor materializa tudo isto é In Many Hands, de Kate McIntosh, artista neozelandesa sediada na Bélgica, que poderá ser visto nos dias 19 e 20 de Outubro, no Teatro Campo Alegre.
“Trata-se de existirmos quer como objectos, quer através dos objectos. E essa ideia está de igual modo presente no espectáculo inicial Géologie D'Une Fable, que chega do Líbano, pelas mãos da companhia Collectif Kahraba” (Teatro Carlos Alberto/TeCA, dias 11 e 12), salienta o director artístico do fimp.
Esta peça “propõe-nos de uma forma muito acessível, mas simultaneamente bela, repensarmos questões ancestrais que têm a ver com a nossa ligação à terra e aos animais, e à nossa história comum através de uma matéria tão primordial como o barro”.
A ideia de resistência (Resistir) também percorre o programa e é nítida em peças como Prometeu, pela Companhia Lafontan·Formas Animadas, de Portugal (Rivoli Teatro Municipal, dia 19 Outubro), e Dura Dita Dura, do Teatro de Ferro (TeCA, 16 e 17 de Outubro), mas está igualmente muito presente na criação de Ainhoa Vidal, Aruna e a Arte de Bordar Inícios (12, 13, 14 e 15 de Outubro, Teatro Campo Alegre).
A desistência “assume um lugar um pouco provocatório, pois é uma ideia que está ligada tradicionalmente ao falhanço. A peça Lullaby for Scavengers, de Kim Noble, do Reino Unido, tem a ver com a desistência de saltar fora das regras e do que é socialmente aceitável. Desistir também contempla a possibilidade de iniciar outro caminho”, explica Igor Gandra.
Do programa destacam-se ainda duas estreias nacionais, Lullaby for Scavengers e In Many Hands, bem como as estreias absolutas de Capital Canibal, Sonoscopia/ Teatro de Ferro, no Teatro Municipal do Porto — Rivoli, Aruna e a Arte de Bordar Inícios, de Ainhoa Vidal, Inacabados, da companhia Radar 360 (em lugar a definir), e o novo trabalho da Limite Zero Próxima Estação, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, dias 16 e 19 de Outubro.
O responsável salientou ainda a presença da italiana Marta Cuscunà, com Sorry Boys, também no Constantino Nery, no dia 18 de Outubro, “uma peça que congrega a resistência, a existência e também uma forma de desistência criativa”.
A organização do festival convidou a fotógrafa Susana Neves, que dedicou uma década de trabalho ao fimp, a expor alguns dos seus trabalhos fotográficos no espaço do Teatro Carlos Alberto, no âmbito desta 35.ª edição. A mostra, intitulada Fimpografias, estará disponível ao público de 11 de Outubro a 10 de Novembro.
Entre outras, o fimp aposta também em sugestões “capazes de cativar as crianças e as famílias”, envolvendo-as em acções de carácter pedagógico e didáctico, por isso não faltarão os tradicionais Fimpalitos (a mascote mutante do fimp), assim como outras oficinas e sessões do tipo “masterclass” com alguns dos artistas participantes e convidados, destinadas a estudantes de teatro e profissionais do sector.
O fimp decorrerá entre 11 e 20 de Outubro, no Porto, nos palcos do Teatro Carlos Alberto, Teatro Municipal do Porto (Rivoli e Campo Alegre), Teatro do Bolhão, Teatro de Ferro, Teatro de Belomonte, Círculo Católico de Operários do Porto, Mosteiro de São Bento da Vitória, Jardim da Cordoaria e Metro da Trindade. Em Matosinhos, estará no Teatro Constantino Nery.