BE defende que ministra “tem que dar explicações ao país” sobre fuga de Vale de Judeus

Para Mariana Mortágua, a evasão dos cinco reclusos não deve alimentar “populismos desgarrados”, mas tem de ser “discutida com toda seriedade”

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Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, de onde se evadiram cinco reclusos CARLOS BARROSO / LUSA
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A coordenadora do BE defendeu esta segunda-feira que a ministra da Justiça "tem que dar explicações" sobre a fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus e alertou para "violações dos direitos humanos nas prisões portuguesas".

"É óbvio que perante uma fuga desta dimensão e com este perigo envolvido e com este risco envolvido, seria muito importante que o Governo pudesse falar e que a Ministra da Justiça pudesse falar sobre esta matéria. E o seu silêncio nunca é bem recebido nem nunca é entendido da melhor forma", considerou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.

Para a coordenadora do BE, "a responsável máxima pelas prisões é a ministra da Justiça e, portanto, tem que falar e tem que dar explicações ao país" sobre a fuga de cinco reclusos no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, distrito de Lisboa.

Mortágua afirmou que em qualquer país, Governo ou sistema de justiça e prisional "é sempre possível haver uma falha do sistema ou uma fuga a esse sistema" e defendeu que é necessário "apurar se houve uma falha de segurança ou não, e os responsáveis por essa falha de segurança".

"Mas há uma coisa que também sabemos, é que a situação nas prisões portuguesas é preocupante e é lamentável. (...) Portugal é acusado em vários relatórios internacionais de não cumprir e de violar direitos humanos nas situações que mantém e na falta de condições que tem nas prisões", alertou.

Para a coordenadora do BE, existe falta de investimento "em segurança, nos serviços prisionais, mas também nas condições que a população prisional tem e com as quais é obrigada a viver em Portugal".

"É um conjunto, é um todo e vamos aproveitar - às vezes é preciso aproveitar os piores desastres - para podermos discutir as coisas de uma forma séria. Não acho que seja motivo para populismos desgarrados, acho que é uma matéria séria e que deve ser discutida com toda seriedade", defendeu.