Euribor a 12 meses quebra barreira dos 3% em semana de decisão do BCE

Prazo a seis meses, o mais utilizado nos contratos mais recentes, também renovou mínimos de mais de um ano e meio.

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Juros de boa parte dos empréstimos para compra de casa voltam a descer Teresa Miranda
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As taxas Euribor iniciaram a semana a reforçar a tendência de queda, com a Euribor a 12 meses a quebrar a barreira dos 3%, o que não acontecia desde 15 de Dezembro de 2022. A taxa de prazo mais longo utilizada no crédito à habitação caiu para 2,986%, menos 0,039 pontos percentuais face à última sessão.

Na semana em que é quase certa uma decisão de corte das taxas directoras do Banco Central Europeu (BCE), a Euribor a seis meses também renovou novo mínimo desde 30 de Março de 2023, para 3,307%, e menos 0,039 pontos percentuais face ao valor da última sexta-feira. Esta taxa é a mais utilizada nos novos empréstimos a taxa variável e a que está presente em cerca de 37% da carteira total de crédito, segundo dados do Banco de Portugal.

As Euribor a seis e a 12 meses, que estão na base de 70% da carteira dos empréstimos à habitação com taxa variável, encontram-se cada vez mais longe dos máximos fixados no ano passado, de 4,143% e 4,228%, respectivamente.

A taxa a três meses também desceu, neste caso para 3,449%, permanecendo a mais alta das três utilizadas no crédito à habitação a taxas variáveis. Esta taxa, que o mercado antecipa que possa chegar a 3%, ou mesmo ligeiramente abaixo, até ao final do ano, recuou 0,006 pontos face a sexta-feira passada.

A descida das taxas Euribor acelerou na recta final de Agosto, descontando o esperado corte nas taxas directoras do BCE na reunião marcada para esta quinta-feira.

Mas a descida já supera largamente o esperado corte em 0,25 pontos percentuais, que, a confirmar-se, colocará a taxa de juro de depósito do BCE, que é a principal referência para os custos de financiamento na zona euro, nos 3,5%. Esta taxa caiu para 3,75% em Junho, depois de um máximo de 4% a que chegou durante a subida de taxas realizada para travar a forte inflação.

O fraco crescimento económico na zona euro, com sinais preocupantes vindos da economia alemã, poderá obrigar o banco central a um corte mais acelerado das suas taxas, um processo que, contudo, está muito dependente da queda da inflação na região.

A descida das taxas Euribor traz boas notícias para as famílias com empréstimos a taxas variáveis, mas esse impacto é dilatado no tempo, especialmente nos empréstimos associados aos prazos de 12 e seis meses, que são revistos com a mesma periodicidade. Os contratos com a taxa a três meses sentem mais rapidamente o impacto de subidas ou descidas, mas, actualmente, esta é a taxa mais elevada.

As Euribor são fixadas diariamente no mercado interbancário a partir da média das taxas de juro a que um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si.

As expectativas de novos recuos das Euribor nos próximos meses começam a reduzir o interesse pela opção por taxas mistas nos novos contratos de crédito à habitação, especialmente se o período da componente fixa se limitar aos primeiros anos de contrato, passando no restante período a taxa variável (indexada às taxas Euribor).

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