Benfica duplicou dívida líquida em quatro anos. Prejuízo ultrapassa 31 milhões

Presidente do Benfica relembra que transferências ocorreram apenas após Campeonato da Europa e afasta risco de incumprimento financeiro.

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Benfica com resultados financeiros negativos em 2022-23 Matilde Fieschi
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O Benfica apresentou um relatório e contas negativo em 2023-24, com prejuízos e um aumento da dívida da SAD "encarnada". De acordo com o relatório e contas enviado neste domingo, 8 de Setembro, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as "águias" registaram prejuízos de 31,36 milhões de euros, um regresso "ao vermelho" após os lucros de 4,2 milhões de euros verificados no ano fiscal transacto.

Outro dos pontos negativos apresentados pelo clube da Luz foi a subida da dívida líquida em mais de 60 milhões de euros, com um salto dos 140 para os 201 milhões. Em quatro anos, esta rubrica mais do que duplicou: em 2019-20, exercício em que este valor atingiu o valor mais baixo da década, as "águias" apresentavam uma dívida líquida de 92,8 milhões.

Na tradicional mensagem que abre o relatório e contas, o presidente do Benfica, Rui Costa, relembra que o mercado de transferências foi atrasado em 2024, devido à realização do Campeonato da Europa. O responsável "encarnado" diz que, se as transferências tivessem ocorrido mais cedo, poderia ter sido alcançado um equilíbrio económico neste exercício. Ainda assim, Rui Costa tranquiliza: as competições europeias não estão em risco.

"A sustentabilidade económica da Benfica SAD está, indubitavelmente, assegurada, não se indiciando qualquer risco quanto ao cumprimento dos critérios financeiros da UEFA", refere o presidente.

Os rendimentos operacionais foram menores do que em 2022-23 (total de 256,4 milhões, redução de 28,3 milhões), bem como os rendimentos com transacções de atletas (queda para os 77,3 milhões, menos 11,6 milhões).

Apesar de uma queda, a Benfica SAD continua com capitais próprios positivos, num total de 81,9 milhões, uma redução de 27,7% face ao período homólogo. Ainda assim, a evolução desta rubrica mostra que em quatro anos os capitais próprios caíram praticamente para metade: em 2019-20, o clube da Luz apresentou capitais próprios positivos de 161,1 milhões de euros.

José António dos Santos e Luís Filipe Vieira, principais arguidos na Operação Cartão Vermelho, mantêm-se como principais accionistas individuais da SAD, com 13,67% e 3,28% de participação, respectivamente.

Os responsáveis "encarnados" estão agora de olhos postos no futuro: apesar do arranque menos promissor no campeonato, há ainda muito para ser jogado nas competições nacionais, Liga dos Campeões e Mundial de clubes. Rui Costa acredita que os investimentos realizados em Janeiro permitiram ao Benfica aumentar o valor da equipa e elevar o seu potencial de mercado.

O Benfica terá uma Assembleia-Geral extraordinária (AGE) no dia 21 de Setembro para debater e votar a revisão dos estatutos. A reunião magna deverá realizar-se no Pavilhão n.º 1 do Estádio da Luz, podendo o local ser alterado consoante a afluência dos associados "encarnados".

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