Documentos confirmam munições para Israel em navio com bandeira portuguesa

Portugal corre o risco de violar Convenção de Genocídio. É o alerta da relatora da ONU e de uma carta de advogados europeus ontem enviada ao Governo português.

Ouça este artigo
00:00
07:54

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

1. O cargueiro alemão MV Kathrin está neste momento a subir a costa ocidental africana com bandeira de Portugal e oito contentores de explosivos RDX/Hexogen destinados a Israel. O RDX é um componente importante de bombas utilizadas por Israel em Gaza. Documentos que obtive confirmam a existência desta carga a bordo e o seu destino final. Um dos documentos indica que o RDX tem uma licença de importação emitida pelo ministério israelita da Economia, e foi importado pela israelita IMI Systems (que faz parte de uma das maiores companhias de material militar de Israel, a Elbit Systems). Foi ao verificar isto que a polícia namibiana cancelou, a 24 de Agosto, a autorização anteriormente dada para o navio aportar em Walvis Bay, Namíbia. E depois o governo namibiano, através da sua ministra da Justiça, fez declarações públicas, explicando que o navio levava explosivos para Israel, e por isso a Namíbia se recusava a recebê-lo, em respeito pela lei internacional e pela Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio. Apesar disso, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel disse a 29 de Agosto que o navio não transportava carga para a guerra, e que o destino não era Israel.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.