Para contrariar o envelhecimento, idosos vão ouvir os músculos enquanto treinam

Processo pretende replicar o que acontece com os astronautas, que também têm de contrariar a perda de força muscular quando estão no espaço.

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A perda de força muscular é algo comum tanto em astronautas como em idosos Nelson Garrido
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Um estudo científico vai colocar idosos a ouvirem os seus músculos enquanto os exercitam, para monitorizar e mitigar a perda de força muscular associada ao envelhecimento e frequente nos astronautas.

O estudo é desenvolvido pelo Libphys - Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física das Radiações da Universidade Nova de Lisboa e foi recentemente aprovado pela Agência Espacial Portuguesa no âmbito de uma iniciativa destinada a financiar projectos científicos na área da exploração espacial.

Em declarações à Lusa, um dos coordenadores do estudo, Hugo Gamboa, disse que o trabalho vai abranger 30 idosos que irão ter treinos de passadeira e com elásticos, à semelhança do que os astronautas fazem na Estação Espacial Internacional.

Ao mesmo tempo que exercitam os seus músculos, os idosos vão ouvir sinais acústicos dos músculos com auriculares ligados a sensores colocados nas pernas ou nos braços. Os sinais acústicos registados permitirão aos cientistas aferirem se os idosos estão a fazer o treino da forma mais adequada, que permita melhorar a sua função muscular reduzindo o risco de quedas e a perda de mobilidade.

Os primeiros resultados do estudo são esperados no próximo ano e, se a metodologia for bem-sucedida, podem vir a ser replicáveis em sessões de fisioterapia e constar nos programas de treino de astronautas, cuja perda muscular é “um processo muito acelerado” na ausência de gravidade.

O financiamento atribuído ao projecto do Libphys, no valor de 70 mil euros, é dado pela Agência Espacial Portuguesa através da participação portuguesa num programa da Agência Espacial Europeia destinado ao desenvolvimento de experiências científicas.