Procura do centro de atendimento de Sete Rios é menos de metade do que seria esperado

CAC de Sete Rios pode atender entre 80 e 100 utentes por dia. Em Agosto, realizaram-se, em média, 40 atendimentos diariamente, cerca de metade do total da capacidade instalada.

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Fachada do Centro de Atendimento Clínico (CAC), localizado no Centro de Saúde de Sete Rios, Lisboa ANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA
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No primeiro mês de actividade, o Centro de Atendimento Clínico (CAC) de Sete Rios — na unidade local de saúde (ULS) de Santa Maria , em Lisboa, deu resposta a mais de 1200 utentes (1234, para ser mais exacto). Contas feitas, e de acordo com os dados enviados ao PÚBLICO por aquela ULS, entre 1 de Agosto e 1 Setembro, foram feitos, em média, 40 atendimentos por dia, que representam cerca de metade da capacidade total, que pode chegar aos 100 e, eventualmente, aos 120 utentes.

Ao PÚBLICO, o presidente do conselho de administração da ULS Santa Maria, Carlos Martins, não deixa de fazer um balanço “muito positivo” deste primeiro período de funcionamento e nota: “Estamos numa curva de crescimento e não podemos esquecer que o centro de atendimento clínico iniciou a sua actividade no dia 1 de Agosto e Agosto é sempre um mês atípico.”

Os 40 atendimentos diários correspondem a cerca de 30% do total de doentes triados com pulseiras verdes (pouco urgentes) e azuis (não urgentes) que deram entrada no Serviço de Urgência Central do Hospital de Santa Maria no mesmo período. Em média, a urgência central deste hospital fez 400 atendimentos diários em Agosto, um número ligeiramente acima do que foi registado no período homólogo de 2023.

“No nosso caso da urgência central, até tivemos um afluxo de doentes maior do que no ano passado. E [o CAC de Sete Rios] foi um excelente apoio ao serviço de urgência, pela referenciação directa de cidadãos pelo SNS 24, mas também depois da triagem”, desenvolve Carlos Martins.

Ainda de acordo com os dados do Santa Maria, o serviço de urgência deste hospital e a Linha SNS 24 “dividem a grande maioria das referenciações para consultas médicas no Centro de Atendimento Clínico de Sete Rios, sendo de notar que apenas 16 utentes (1% do total) tiveram necessidade de reencaminhamento para a Urgência de Santa Maria”. Segundo Carlos Martins, a larga maioria destes episódios justifica-se com a necessidade de os utentes serem vistos por um médico de uma especialidade hospitalar, sendo mais raros os casos de agravamento clínico.

“É um sinal positivo também porque significa que 99% da referenciação do SNS 24 ou da triagem [no serviço de urgência hospitalar] estiveram correctas. É um modelo que está a funcionar muito bem”, completa ainda o responsável.

Foram ainda realizados cerca de 400 atendimentos de enfermagem e 200 exames de diagnóstico. Recorde-se que o CAC de Sete Rios foi o primeiro do país a iniciar actividade, ao qual se seguiu o do Porto, situado no Hospital da Prelada, que iniciou os trabalhos no dia 19 de Agosto.

Carlos Martins destaca ainda a rápida resposta aos utentes, que ronda os 10 a 15 minutos de espera após admissão. “Esperamos que durante o nosso plano de Inverno [o CAC de Sete Rios] seja um excelente ponto de apoio ao cidadão, mas também de apoio às nossas equipas da urgência central.” Questionado sobre o facto de o CAC estar a receber, em média, por dia, metade do número de utentes para o qual tem capacidade, o presidente do Santa Maria elucida: “Os utentes que temos são aqueles que se dirigem à urgência central ou que são referenciados”, ressalvando aqueles que são triados com pulseira verde ou azul, mas que, por precisarem de uma consulta numa especialidade hospitalar, não saem do serviço de urgência.

Este centro de atendimento clínico funciona todos os dias, entre as 8h e as 20h, e tem por turno três médicos, dois enfermeiros, dois técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, um assistente técnico, um secretariado administrativo e um técnico de auxiliar de saúde e, em termos de diagnóstico, dispõe de raio x, análises clínicas e electrocardiograma. Mas a capacidade pode ser alargada para atender mais doentes se necessário.

A abertura de centros de atendimento clínico é uma das medidas emblemáticas do Plano de Emergência e Transformação na Saúde do Governo a ideia é retirar doentes triados com pulseiras verdes ou azuis dos serviços de urgência hospitalares.

No caso do CAC do Porto, por cada doente, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, que detém a alçada do Hospital da Prelada, recebe 45 euros e está preparado para receber até 200 pacientes por dia no horário entre as 8h e a uma (01h) da manhã, numa capacidade que poderá ser alargada até aos 300 ou mesmo 350 no futuro, segundo os seus responsáveis.

Estes são os dois primeiros centros de atendimento clínico do país, aos quais se deverão seguir outros, conforme já fez saber a ministra da Saúde, adiantando que irão ajustando o modelo não só às necessidades, mas também à disponibilidadede recursos humanos e de equipas.

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