Mergulhos no Douro retomados para encontrar peças importantes para investigação. Piloto já foi ouvido
Os operacionais procuram o “computador e o rotor da cauda” do helicóptero. O organismo responsável pela investigação concluiu “o essencial da fase de trabalhos de campo”.
Os trabalhos no rio Douro para recuperar duas peças importantes para a investigação das causas da queda do helicóptero na sexta-feira, 30 de Agosto, em Samodães, foram retomados este domingo, 1 de Setembro, e prosseguirão até serem localizadas, disse o comandante da Polícia Marítima do Norte, Rui Silva Lampreia. O piloto, único sobrevivente do acidente, e restantes testemunhas já foram ouvidos pelo organismo responsável pela investigação.
Silva Lampreia explicou que a operação, iniciada às 8h e levada a cabo por sete elementos do grupo de mergulho forense da Polícia Marítima, está a ser realizada no âmbito do inquérito em curso por parte do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).
Os operacionais procuram o "computador e o rotor da cauda" do helicóptero de combate a incêndios florestais que caiu no rio Douro na sexta-feira, causando a morte aos cinco militares da Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.
Quanto ao piloto de 44 anos, fonte hospitalar disse hoje à Lusa que está a recuperar dos ferimentos e deverá permanecer por mais uns dias na enfermaria de ortopedia do hospital de Vila Real.
No Douro, a operação deste domingo do grupo de mergulho é apoiada por mais duas embarcações, uma da Administração dos Portos do Douro e Leixões (APDL) e outra da Polícia Marítima, num total de pelo menos quatro elementos, de acordo com o comandante Silva Lampreia.
O objectivo destas embarcações é "garantir a segurança do espelho de água", explicou. "A passagem de navios de recreio não está interditada. Está controlada. Pode passar uma de cada vez e a determinada velocidade", observou.
No sábado, o comandante regional apontou a necessidade de localizar "dois importantes componentes do helicóptero, cruciais para a investigação dos acidentes aéreos e que são o rotor da cauda e um computador que serve de navegação para o dispositivo".
Piloto e testemunhas já foram ouvidos
O organismo responsável pela investigação à queda do helicóptero já ouviu o piloto e testemunhas e concluiu "o essencial da fase de trabalhos de campo".
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) diz que "concluiu o essencial da fase de trabalhos de campo da investigação ao acidente". "Tendo procedido à recolha de evidências no local do acidente, nomeadamente entrevistas ao piloto [único sobrevivente] e a testemunhas, bem como do essencial dos destroços da aeronave, os quais estão em trânsito para o hangar de investigação do GPIAAF no aeródromo de Viseu, durante a manhã de domingo ainda se tentará proceder à localização e recuperação de alguns destroços secundários", indica este organismo público.
O GPIAAF acrescenta que, "em conformidade com a legislação e práticas internacionais", foram notificadas, na sexta-feira, "as autoridades aeronáuticas internacionais interessadas, as quais designaram peritos para cooperar com a investigação, incluindo do fabricante da aeronave, que participarão na peritagem aos destroços da aeronave".
"O GPIAAF tenciona publicar ao final da próxima terça-feira uma nota informativa dando conta das constatações iniciais e do caminho a prosseguir pela investigação", lê-se ainda no comunicado.
O corpo do quinto militar da GNR vítima do acidente de sexta-feira no rio Douro, em Lamego, foi encontrado pelas 16h10 de sábado durante as buscas subaquáticas na zona onde o helicóptero caiu, disse à agência Lusa fonte da Protecção Civil.
Os militares que perderam a vida neste acidente tinham entre os 29 e os 45 anos, três eram naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu. O piloto da aeronave foi resgatado com vida. As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e está a investigar o acidente. O helicóptero acidentado, do modelo AS350 - Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.