Caça F-16 doado à Ucrânia foi abatido durante ataque russo ao país
Queda do caça causou a morte do piloto Oleksiy Mes. Volodymyr Zelensky demite comandante da Força Aérea.
Um dos caças F-16 doados pelos países aliados à Ucrânia foi atingido e caiu na segunda-feira durante um forte ataque russo ao país, tendo o piloto do avião morrido no incidente, confirmou o Exército ucraniano nesta quinta-feira.
"A ligação com um dos aviões perdeu-se quando este se aproximava do alvo seguinte. Como se veio a saber mais tarde, o avião despenhou-se, o piloto morreu", afirmou o Estado-Maior do Exército da Ucrânia num comunicado publicado no Facebook.
A Força Aérea ucraniana, num post no Facebook, identificou o piloto como Oleksiy Mes e afirmou que, no dia em que o seu avião caiu, o piloto tinha destruído "três mísseis de cruzeiro e um drone."
"Oleksiy salvou os ucranianos dos mortíferos mísseis russos. Infelizmente, à custa da sua própria vida", afirmou a Força Aérea da Ucrânia, que revelou que o piloto foi promovido postumamente para o posto de coronel.
Mudança de comando na Força Aérea
Já esta sexta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou a demissão do comandante da Força Aérea, Mykola Oleshchuk. Não foi apresentada justificação para a mudança de comando, apesar de ocorrer um dia após o anúncio da perda do F-16. O tenente-general Anatoliy Kryvonozhka assume o posto interinamente.
O Estado-Maior do Exército ucraniano confirmou que, durante o ataque russo de segunda-feira, os F-16 doados destruíram quatro mísseis de cruzeiro.
Um representante da Defesa norte-americana disse à Reuters que a morte do piloto não pareceu ter sido resultado directo do ataque russo e que outras causas estavam a ser investigadas, tais como erro humano ou uma falha mecânica.
O comandante das Forças Armadas ucranianas, Mykola Oleshchuk, confirmou que uma investigação estava em curso e que tinham recebido um "relatório preliminar dos parceiros norte-americanos" que já se juntaram à investigação.
"Posso assegurar-vos que já está em curso uma análise pormenorizada e que está em curso uma investigação. Temos de compreender em profundidade o que aconteceu, as circunstâncias e de quem é a responsabilidade", escreveu o general na sua página do Telegram.
Apesar disto, a porta-voz adjunta do Pentágono Sabrina Singh disse na quinta que não estava familiarizada com nenhum pedido da Ucrânia para apoio na investigação.
"Vi os relatórios e não tenho conhecimento de qualquer assistência ou pedido de assistência do lado ucraniano relativamente a este incidente em particular", disse Singh, numa conferência de imprensa do Pentágono em Washington D.C.
Os F-16 tinham chegado ao país no início deste mês de Agosto. Países como a Bélgica, os Países Baixos, a Dinamarca, a Noruega e os Estados Unidos tinham prometido enviar caças deste modelo para a Ucrânia.
Uma morte num ataque russo a Sumy
Na noite de quinta para sexta, uma pessoa morreu e outras 11 ficaram feridas num ataque aéreo das forças russas a uma fábrica na cidade ucraniana de Sumy, perto da fronteira com a Rússia.
Segundo as autoridades, citadas pela Reuters, o ataque causou um incêndio, levando as autoridades a pedirem para que as pessoas permanecessem em casa.
O ataque, de acordo com um comunicado divulgado site da Procuradoria-Geral da Ucrânia, "danificou uma empresa que fabrica embalagens para alimentos para bebés, sumos, produtos químicos domésticos, etc.".
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, 12 dos 18 drones que compuseram o ataque russo desta noite ao país foram abatidos e outros quatro caíram sozinhos. Um drone atingiu ainda uma fábrica na cidade de Poltava, no centro do país, não tendo causado quaisquer vítimas mortais.