Rangel diz que navio com bandeira portuguesa não transporta armas nem se dirige para Israel

O chefe da diplomacia portuguesa nega que um navio com pavilhão português transporte armas e relembra que este Governo proibiu a exportação de armamento para Israel.

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Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros, está em Bruxelas TIAGO PETINGA / LUSA
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros negou esta quinta-feira que um navio com bandeira portuguesa esteja a transportar armas e assegurou também que a embarcação em causa não tem como destino Israel. De acordo com Paulo Rangel, o navio MV Kathrin IMO 9570620 (pertencente a uma empresa alemã) tem como destinos Montenegro e Eslovénia e "não transporta armas, nem munições, nem material de guerra, embora transporte explosivos". O governante sublinhou ainda que, em Junho, o executivo da AD proibiu a exportação de armas e munições para Israel.

"Os dois destinos que estão certificados são Montenegro e Eslovénia", disse o ministro, em declarações transmitidas pela RTP3. À margem de um conselho informal da União Europeia, em Bruxelas, o social-democrata voltou também a recordar que "o primeiro Governo a proibir a exportação de armas para Israel" foi o executivo da AD liderado por Luís Montenegro.

O esclarecimento do ministro acontece depois de o Bloco de Esquerda ter dirigido três perguntas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) para saber se o Governo tinha retirado "a bandeira ao navio proibido de aportar nos portos da Namíbia por transportar armas para Israel" e se iria "proibir qualquer navio com pavilhão português de se envolver no transporte de armas, munições e equipamentos militares para Israel". "Vai fazer de Portugal cúmplice do massacre em curso?", questionava ainda o BE.

No texto que acompanha as perguntas, o Bloco defende que o cargueiro, ao estar registado no Registo Internacional de Navios da Madeira, “coloca Portugal na situação de cúmplice das atrocidades e crimes levados a cabo por Israel”. Os bloquistas defendem que “[o executivo] deve agir imediatamente para que nenhum navio com pavilhão português seja instrumento desse massacre”. Antes das perguntas do BE, o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) sinalizava ao PÚBLICO uma “forte suspeita” de que o navio transportasse munições para Israel.

Na sexta-feira passada, o MNE garantia ao PÚBLICO não ter até então recebido "qualquer alerta sobre este navio” e, nesta quarta-feira, acrescentava que, "na sequência das perguntas enviadas por diferentes órgãos de comunicação social, estão a ser feitas diligências junto das autoridades competentes e através da rede consular para apurar a situação", dizendo ainda que, "até ao momento, Portugal não tem qualquer conhecimento de que o navio em causa tenha sido apresado".

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