Limpeza de ficheiros: SNS vai contactar 265 mil utentes com registos incompletos

Há 323 mil pessoas em risco de serem retiradas das listas dos médicos de família por não terem a informação completa. Os que têm contactos vão ser avisados para actualizarem dados.

Foto
Utentes com informação incompleta terão que ir aos centros de saúde preencherem os dados em falta Nuno Ferreira Santos (arquivo)
Ouça este artigo
00:00
03:06

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Cerca de 265 mil cidadãos com a informação incompleta na base de dados do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão começar a ser contactados a partir desta quarta-feira para irem aos centros de saúde preencher os dados obrigatórios que estão em falta, actualizando os registos, "condição obrigatória para manter a inscrição activa nos cuidados de saúde primários", adiantou esta terça-feira a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

“Actualmente existem 323 mil registos de utentes com informação incompleta no RNU [Registo Nacional de Utentes, a base de dados do SNS em Portugal continental]. Com a aplicação da medida, estima-se que serão contactados 265 mil utentes (82%) que têm telemóvel ou e-mail registado”, explica a ACSS em comunicado.

Uma fonte deste organismo explicou posteriormente ao PÚBLICO que esta é ainda a primeira fase do processo e que, relativamente às cerca de 58 mil pessoas com dados incompletos que não têm contactos registados, o que se irá fazer é "tentar contactá-las através de diversos meios, nomeadamente das juntas de freguesia, e, eventualmente, in extremis, indo bater-lhes à porta".

Quanto às que têm telemóvel ou e-mail registado, essas serão contactadas através de SMS ou de correio electrónico nesta iniciativa que, na prática, é uma nova actualização do Registo Nacional de Utente e, em parte, das listas dos médicos de família, caso estes utentes tenham um médico de família atribuído. Recorde-se que a anterior tutela levou a cabo uma limpeza de ficheiros que permitiu retirar da base de dados nacional quase 300 mil pessoas, alguns dos quais foram apagados dos ficheiros dos médicos de família, entre 2023 e o início deste ano.

O regulamento do RNU estipula que a inscrição numa unidade de cuidados de saúde primários pressupõe um registo activo, que implica o preenchimento integral dos dados biográficos do utente (como nome, idade, sexo, país de naturalidade e nacionalidade) e a apresentação de documentação de identificação e registo de residência nacional, lembra a ACSS.

No caso de cidadãos estrangeiros, "é ainda necessária a apresentação da autorização de residência válida (excepto para os menores de idade), quando aplicável".

Vai ser a ACSS, em articulação com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a notificar os utentes que têm os registos incompletos, alertando-os para a necessidade de se dirigirem às respectivas unidades de saúde e completarem a informação em falta em falta na sua inscrição no Registo Nacional de Utente, “condição obrigatória para manter a inscrição activa nos cuidados de saúde primários”, sublinha aquele organismo.

A fonte da ACSS explicou que a actual tutela, "para tentar ao máximo evitar falhas, e a par dos outros processos que estão a decorrer [para actualização dos ficheiros], decidiu que se deve avisar as pessoas que têm os registos incompletos" de forma a que estas preencham o que está em falta.

"O processo de qualificação de informação do RNU, que tem vindo a ser realizado de forma gradual pelas entidades do Ministério da Saúde com o objectivo de qualificar a informação existente no RNU, tem decorrido com grande rigor, integrando medidas preventivas de contacto com os utentes, de forma a não colocar em causa o seu acesso ao SNS", acrescenta a Administração Central do Sistema de Saúde.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários