Um mês que mudou a política norte-americana
Num momento em que, nas democracias ocidentais, os movimentos progressistas se encontram em recuo e na defensiva, a política norte-americana tornou-se, de novo, um lugar de esperança.
Faz hoje um mês que, perante grande pressão dos próprios apoiantes e uma derrota que se anunciava, Joe Biden tomava uma decisão incomum e reveladora de grandeza: abdicava de uma recandidatura presidencial e abria as portas a uma alternativa no Partido Democrata. Nesse mesmo dia, Kamala Harris recolhia apoios que a tornavam candidata única, os pequenos donativos batiam recordes e os movimentos sociais de base mobilizavam-se. Rapidamente, nas redes sociais, a presença de Kamala Harris surgia alinhada com o espírito do tempo e, com a escolha de Tim Walz, o ticket democrata passou a refletir uma coligação entre o melhor de duas Américas: a liberal, urbana e costeira e a dos territórios vastos dos Estados do interior. Entretanto, as sondagens nacionais inverteram-se e as boas vibrações do fenómeno Kamala colocaram em disputa vários estados que eram dados como perdidos a favor de Trump.
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