ONG espanhola presta assistência a 54 migrantes no Mediterrâneo central

Open Arms distribuiu coletes salva-vidas e água a migrantes presos num bote de borracha. Só nos últimos quatro dias, a organização diz ter resgatado ou assistido um total de 383 pessoas.

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Imigrantes num barco de ferro junto do barco Astral, da ONG Open Arms, no Mediterrâneo Central, a sul da ilha de Lampedusa Juan Medina / REUTERS
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Voluntários salva-vidas da organização não governamental (ONG) espanhola Open Arms ajudaram nesta terça-feira, 13 de Agosto, 54 migrantes presos num bote de borracha no Mediterrâneo, ao largo da ilha italiana de Lampedusa, segundo uma testemunha disse à Reuters.

O grupo disse ter dado aos passageiros do barco, maioritariamente de nacionalidade síria, coletes salva-vidas e água, depois de ter alertado a Guarda Costeira italiana, que os levou posteriormente para Lampedusa.

O Mediterrâneo central é uma das rotas mais perigosas para os refugiados que procuram asilo na Europa. Em 2023, mais de 3100 pessoas morreram ou desapareceram quando tentavam atravessar o mar em direcção à Europa, segundo dados da agência das Nações Unidas para os refugiados.

Só nos últimos quatro dias, a Open Arms afirmou ter resgatado ou prestado assistência a um total de 383 pessoas.

Nesta segunda-feira, 12 de Agosto, o barco de busca e salvamento Astral ajudou 110 pessoas que faziam a travessia numa barcaça de madeira sobrecarregada, incluindo seis mulheres, quatro crianças, dois idosos e uma pessoa com deficiência.

Falando a bordo do Astral, a coordenadora da missão, Esther Camps, disse que a organização tem notado, no último ano, um aumento da utilização de barcos de ferro precários, provavelmente soldados à mão na Tunísia.

Esther Camps acrescentou que tal se deve possivelmente à adopção pela Tunísia de uma posição mais dura contra a imigração, que tem levado muitos imigrantes da África subsariana a abandonar o país magrebino.

Uma fotografia da Reuters mostrava uma embarcação de ferro enferrujada que parecia estar dividida em duas, com as metades ligadas por dobradiças. Esther Camps disse que foi a primeira vez que a organização se deparou com um navio deste tipo. Inicialmente, pensou que o barco se tinha partido ao meio e que estava a afundar.

"Aparentemente, não estava partido, é sim uma nova forma de fabrico. Suspeitamos de que isso se deve ao facto de ser muito mais fácil de transportar sem ser detectado, tanto em terra como no mar", acrescentou a coordenadora.