João Ribeiro: “Agora impera a tristeza, daqui a uns dias estarei orgulhoso”

João Ribeiro e Messias Baptista desiludidos com o sexto lugar na final do K2 500 metros nos Jogos Olímpicos de Paris.

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Joao Ribeiro e Messias Baptista, o K2 português HUGO DELGADO / LUSA
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Perder uma final olímpica custa. Custa ainda mais perder uma final olímpica como campeões do mundo. Mas João Ribeiro e Messias Baptista tiveram uma enorme clareza de espírito na hora de perceber o que esteve por detrás do sexto lugar da final olímpica de K2 500m, sendo eles os campeões do mundo em 2023: fizeram tudo bem e os outros foram melhores. Mais do que isso, os outros mudaram muita coisa para poderem ser melhores que os portugueses.

“As equipas não estavam contentes por Portugal ser campeão do mundo neste barco. A Hungria, por exemplo, reformulou o barco depois de ser vice-campeã do mundo, a Alemanha também trouxe outro. Fizeram de tudo para terem os melhores barcos, mas nós também fizemos o nosso melhor”, analisou João Ribeiro, o mais experiente da dupla portuguesa.

Messias Baptista partilhava a opinião do colega de barco. “Já sabíamos que ia ser assim. Os primeiros oito, nove, estamos todos no mesmo segundo. Viemos para aqui como campeões do mundo, os outros países não gostaram quando são outros a ganhar”, lamentou. Esta era a explicação consensual entre os dois. E outra coisa também era partilhada por ambos: nenhuma desculpa.

“Vínhamos com ambição de levar uma medalha, vínhamos com esse objectivo. Fomos campeões do mundo o ano passado, fizemos o nosso trabalho e tudo o que estava ao nosso alcance e bem, sabíamos tudo o que tínhamos de fazer ao milímetro, o que descansar e o que comer, o que fazer para recuperar e o que fazer na competição. Acho que fizemos tudo bem, cinco barcos foram melhores que nós”, analisou Ribeiro.

No imediato, disse ainda o atleta de 34 anos, o que fica é a tristeza de mais uma oportunidade de medalha perdida depois de tantas finais disputadas em três edições dos Jogos. Só depois é que João Ribeiro é que irá pensar no que fez e na carreira que tem tido, cheia de medalhas e de títulos: “Agora impera um bocado a tristeza, daqui a uns dias estarei orgulhoso.”

E o futuro da dupla formada em 2021? Messias Baptista, que tem menos dez anos que João Ribeiro, respondeu com um talvez que soou mais a sim. “Estes últimos anos com o João foram muito bonitos, com muitas alegrias e muitas tristezas. Só o futuro dirá o que vamos fazer, mas espero contar com a experiencia dele para o meu futuro.”

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