Notícia de um país sábio, mas pobre

Tanta ciência e tanto estudo serve, afinal, para quê, se os salários continuam baixos, se a economia permanece débil?

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No curto período de um mês, os portugueses souberam de duas boas notícias sobre a sua ciência e as suas qualificações: a 9 de Julho uma equipa de professores e investigadores do Instituto Superior Técnico colocou em órbita um satélite feito do princípio ao fim com tecnologia nacional; e, já este mês, dados da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência deram conta que, numa década, o número de doutorados a residir no país aumentou 73%, chegando à muita razoável cifra de 43 mil. O modo indiferente como os cidadãos reagiram às novidades faz muito sentido. O discurso sobre o país moderno, que investiga, que inova, que dispõe da geração mais qualificada de sempre parece conversa soviética. Tanta ciência e tanto estudo serve, afinal, para quê, se os salários continuam baixos, se a economia permanece débil e o destino parece condenado à eterna e desesperada luta por uma casa para alugar ou dinheiro para o fim do mês?

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