Bicicletas e caos às 16h: Iúri Leitão pedala pela medalha

Nesta quinta-feira, em quatro provas entre as 16 e as 19h, Iúri Leitão vai colocar na pista parte da esperança portuguesa de medalha em Paris. Os detalhes de uma das provas mais divertidas dos Jogos.

Foto
Iúri Leitão em acção por Portugal FOCKE STRANGMANN
Ouça este artigo
00:00
03:23

Por volta das 16h sentem-se, acomodem-se, sirvam os snacks e, claro, apertem os cintos de segurança, que esta quinta-feira vai ser a alta velocidade. Numa bicicleta sem travões, e numa prova sempre caótica, Iúri Leitão vai colocar na pista, em Paris, boa parte das probabilidades de medalha portuguesa nos Jogos Olímpicos.

Num exercício especulativo, não será injusto colocarmos Leitão, Pedro Pablo Pichardo e Fernando Pimenta num primeiro nível de favoritismo às medalhas. E, por muito que alguns tracem que os Jogos estão a ser uma desilusão para Portugal, o facto é que os três mais legítimos candidatos a medalhas só agora vão atirar-se ao labor.

Tudo arranca às 16h

Eis o que vai acontecer. Durante o dia, Iúri Leitão vai passar por quatro provas de ciclismo de pista, de preceitos e regras diferentes, precisando de ser um dos três mais pontuados no final das quatro – isto no caso de querer uma medalha, já que o ciclista português disse ao PÚBLICO que o objectivo é “apenas” um diploma olímpico, com lugar nos oito melhores.

Por volta das 16h, hora de Portugal continental, 22 ciclistas vão arrancar no velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines, nos arredores de Paris, para a primeira parte da prova de omnium, na qual o português é o actual campeão do mundo.

Essa prova, chamada scratch, é fácil de explicar: é como se fosse uma corrida de estrada, mas na pista. O primeiro a cruzar a meta depois de dez quilómetros vence e soma pontos.

O PÚBLICO vai lá estar. Nessa e nas seguintes. Por volta das 16h38, vem a tempo race, na qual, durante os mesmos dez quilómetros, há sprints em todas as voltas e o primeiro ciclista a passar a meta ganha um ponto. Mas atenção: quem der uma volta de avanço ganha 20 pontos e quem levar uma volta de avanço perde 20 – e isto terá muito impacto na corrida.

Depois vem, às 17h25, a corrida de eliminação, a prova mais divertida de assistir, mas aquela que Iúri Leitão menos aprecia, pelo nervosismo que lhe causa – leia aqui a explicação do ciclista.

No fundo, o último ciclista a passar a meta, de duas em duas voltas, é eliminado e deve abandonar a pista. Mais do que quem passa em primeiro, importa quem não passa em último – lógica oposta à maioria das corridas. É intenso, mas divertido.

Por fim, a partir das 18h27, chega a corrida por pontos, influenciada pelo que for somado até então, e que vai definir as posições finais e as medalhas. É uma corrida longa, de 25 quilómetros, que distribui pontos aos quatro primeiros a cada dez voltas – e tem também a tal regra das voltas de avanço.

É complexo? Por escrito, talvez um pouco. E a ver na televisão não vai ser muito melhor. Nada como estar atento às explicações dos narradores em tempo real, que certamente existirão.

Para ficar claro

O fim de dia vai ser longo e intenso para Iúri Leitão e o staff português – bem como para fotógrafos e jornalistas –, mas, para efeitos de sofá e snacks em território nacional, o que interessa é isto:

- 16h: scratch.
- 16h38: tempo race.
- 17h25: eliminação – e esta, para quem vê de casa, é a não perder.
- 18h27: pontos – a que vai decidir tudo, com luta pelas medalhas.

No fim conversamos.

Sugerir correcção
Comentar