Yahya Sinwar designado novo líder político do Hamas

As autoridades israelitas acusam Sinwar de ser um dos cérebros do ataque do Hamas a 7 de Outubro em Israel.

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Yahya Sinwar numa imagem de Maio de 2021, durante um comício na Cidade de Gaza Mohammed Salem / REUTERS
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O Hamas anunciou esta terça-feira que o seu chefe em Gaza, Yahya Sinwar, foi designado como novo líder político do movimento islamista palestiniano, uma semana após o assassínio em Teerão do seu antecessor, Ismail Haniyeh.

“O movimento de resistência islâmica anunciou a designação do dirigente Yahya Sinwar na liderança do gabinete político do movimento”, indica o comunicado.

Alguns minutos após este anúncio, diversos rockets foram disparados desde a Faixa de Gaza em direcção a Israel, numa acção reivindicada pelas brigadas Ezzedine Al-Qassam, o braço armado do Hamas.

O Exército e as autoridades israelitas acusam Sinwar de ser um dos cérebros do ataque sem precedentes do Hamas em 7 de Outubro em Israel, e que o tornou num dos homens mais procurados pelo Estado judaico.

A sua designação como novo líder político do movimento islamista palestiniano surge apenas uma semana após o assassinato de Haniyeh em Teerão.

O Irão e o Hamas acusaram Israel de responsabilidade pelo ataque, mas as autoridades israelitas recusaram até ao momento qualquer comentário.

Um responsável do Hamas já referiu que a designação de Sinwar como líder político envia uma “mensagem forte” a Israel, dez meses após o início do conflito.

Esta escolha “é uma mensagem forte dirigida ao ocupante [Israel] e pela qual o Hamas prossegue no seu caminho da resistência”, declarou o responsável sob anonimato.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamista palestiniano em solo israelita, em 7 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

O Exército israelita respondeu com uma devastadora campanha militar de represálias em Gaza que já provocou perto de 40 mil mortos, mais de 90 mil feridos, e um número indeterminado sob os escombros, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

A Agência de Protecção Civil de Gaza indicou ainda na segunda-feira ter recebido os corpos de 80 palestinianos não identificados que Israel tinha enterrado numa vala comum.