Nove funcionários da UNRWA “podem ter estado envolvidos” em ataque a Israel, admite a ONU
Investigação interna das Nações Unidas concluiu que em nove dos 19 casos avaliados as provas disponíveis indicam o envolvimento de funcionários da agência.
Uma investigação da ONU divulgada esta segunda-feira admite que nove trabalhadores da agência da organização para os refugiados palestinianos (UNRWA) “podem ter estado envolvidos” nos ataques do Hamas de 7 de Outubro contra Israel.
O Gabinete de Serviços de Supervisão Interna da ONU (OIOS) concluiu que em nove dos 19 casos investigados as provas disponíveis "indicam que os funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos nos ataques armados" dos islamistas palestinianos, segundo um porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq.
Em relação a uma pessoa, "o OIOS não obteve provas para fundamentar as acusações" e em nove outros casos, as provas "eram insuficientes para fundamentar o envolvimento dos funcionários", segundo o porta-voz adjunto de António Guterres, Farhan Haq.
"No que diz respeito aos outros nove casos, as provas obtidas indicam que os funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos nos ataques armados de 7 de Outubro", acrescentou a mesma fonte, assegurando que essas pessoas serão despedidas da agência.
Haq acrescentou a necessidade de “avaliar que outros passos são necessários para corroborar e avaliar completamente" a informação, recordando ainda que as investigações dos serviços internos da ONU são confidenciais, escusando-se a dar mais pormenores sobre o conteúdo das provas.
No final de Janeiro, as autoridades israelitas acusaram 12 funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque de Outubro, levando à suspensão de financiamento por parte de vários países. Posteriormente, foram acrescentados outros sete nomes à lista. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu imediatamente uma investigação ao OIOS.
O ataque do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, contra Israel, a 7 de Outubro causou a morte de mais de 1.200 pessoas e 250 reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em Gaza que causou, até à data, mais de 39.600 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, liderado pelo Hamas.