Ginástica artística: afinal, quem venceu o quê?

Acabaram-se o saltos e piruetas. Esta segunda-feira concluíram-se as provas de ginástica artística feminina nos Jogos Olímpicos de 2024. Eis os resultados.

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Quem venceu o quê nas provas de ginástica artística em Paris 2024? Amanda Perobelli / REUTERS
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Em equipa, de forma individual, em todos os aparelhos ou apenas num, as provas de ginástica artística dos Jogos de Paris 2024 chegaram ao fim. Nos últimos dias, nomes gigantes — como Simone Biles, Suni Lee ou Rebeca Andrade — e jovens surpresas — como Kaylia Nemour — mergulharam-se em pó de magnésio e fizeram-nos mergulhar nos seus movimentos impressionantes. Mas quem ganhou o quê?

Ao todo, foram seis provas de ginástica artística. Os Estados Unidos conseguiram sete medalhas, seguidos do Brasil que acabou com quatro, uma a mais que Itália. Também a China levou duas medalhas e a Argélia uma. Confira os resultados das provas de ginástica artística feminina:

All-around em equipas

Ouro: Estados Unidos da América (17.296 pontos)

Prata: Itália (165.494 pontos)

Bronze: Brasil (164.497 pontos)

A prova de all-around é composta por momentos de trave, salto, barras paralelas assimétricas e solo. Cada um destes exercícios foi executado por três atletas dentro de uma equipa de cinco por país. A medalha de ouro foi dos EUA com uma equipa composta por Simone Biles, Sunisa Lee (mais conhecida por Suni Lee), Jade Carey, Jordan Chiles e Hezly Rivera.

A equipa norte americana ganhou com uma pontuação de 171.296. Simone Biles, quatro vezes campeã olímpica no Rio 2016 e, apesar da desistência por questões de saúde mental, medalhada de prata e bronze em Tóquio 2020, sedimentou nesta prova o seu estatuto e marcou o seu regresso conquistando a oitava medalha olímpica. Também Suni Lee, campeã de all-around em Tóquio, mostrou que veio para ficar. Para além do ouro no fim, a equipa norte-americana vestiu mais de 40 mil cristais nos seus fatos.

Foi também nesta prova que a portuguesa Filipa Martins conseguiu um histórico 20º lugar. Antes de atingir esse lugar, Filipa já tinha feito história. Nunca uma ginasta portuguesa tinha chegado à final de all-around.

All-around individual

Ouro: Simone Biles (EUA, 59.131 pontos)

Prata: Rebeca Andrade (Brasil, 57.932 pontos)

Bronze: Sunisa Lee (EUA, 56.464 pontos)

A texana Simone Biles conseguiu repetir a proeza do all-around e desta vez sozinha. Os parciais de 15.766 no salto, 13.733 nas barras, 14.566 na trave e 15.066 no chão valeram à ginasta mais um ouro. Rebeca Andrade foi espantosa, mas Simone Biles foi um bocadinho mais perfeita, numa noite que acabou por deixar a campeã em título com a medalha de bronze.

Salto

Ouro: Simone Biles (EUA, 15.300 pontos)

Prata: Rebeca Andrade (Brasil, 14.966 pontos)

Bronze: Jade Carey (EUA, 14.466 pontos)

Na prova de salto, Simone repetiu a sua imagem de marca, um Biles II e conseguiu uma nota bastante alta. Rebeca Andrade optou por não arriscar num novo salto que poderia colocá-la em competição pelo "ouro" contra Biles mas, correndo mal, poderia nem chegar ao "bronze". A brasileira escolheu, assim, por deixar o "Andrade" para mais tarde (salto este que passaria a ser o segundo mais difícil do código de pontos, depois do de Biles II) e agarrar, com relativa segurança, a "prata".

Barras paralelas assimétricas

Ouro: Kaylia Nemour (Argélia, 15.700 pontos)

Prata: Qiyuan Qiu (China, 15.500 pontos)

Bronze: Sunisa Lee (EUA, 14.800 pontos)

Biles fez história. Rebeca Andrade fez história. Mas o momento das barras paralelas assimétricas foi de Kaylia Nemour, 17 anos. Sem as duas gigantes à vista, a atenção virou-se para a jovem que deu a África a primeira medalha de ginástica.

A competição de barras não só foi extraordinária pela parte técnica, como também por trazer os holofotes para uma história de osteocondrite, de dupla nacionalidade e de orgulho argelino: a história de Kaylia Nemour.

Trave

Ouro: Alice D'Amato (Itália, 14.366 pontos)

Prata: Zhou Yaqin (China, 14.100 pontos

Bronze: Manila Esposito (Itália, 14.000 pontos)

Também a trave trouxe emoções e recordes. Numa prova marcada por queda seguida de queda, a italiana Alice D'Amato viu o seu momento para brilhar. E brilhou.

A ginasta conseguiu o primeiro título olímpico para o seu país e para si própria, num momento repleto de lágrimas suas, da sua família e de Itália. D'Amato dedicou a medalha à sua irmã gémea Asia D'Amato, também ginasta, que falhou a qualificação para os Jogos Olímpicos devido a uma lesão grave.

Solo

Ouro: Rebeca Andrade (Brasil, 14.166 pontos)

Prata: Simone Biles (14.133 pontos)

Bronze: Jordan Chiles (13.766)

Simone Biles viveu na prova de solo aquele que é, provavelmente, o seu último momento em competição olímpica. Talvez o peso do momento justifique o nervosismo que levou a que a norte-americana colocasse duas vezes o pé fora do quadrado, entregando a Rebeca Andrade um título que se avizinhava seu. Também Jordan Chiles foi uma surpresa. Uma revisão de prova aceite passou a norte-americana do quinto lugar para o pódio.

No entanto, a verdadeira protagonista da última prova foi Rebeca Andrade. A brasileira subiu ao pódio e foi saudada por Chiles e Biles, num momento que relembra que o ambiente da ginástica já não é o que era. E ainda bem.

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