PS quer reunir na próxima semana com hospitais que têm urgências encerradas
A situação que se vive no SNS mostra que “o plano de emergência apresentado pelo Governo para a área da saúde está a falhar”, defende o deputado socialista João Paulo Correia.
O Partido Socialista anunciou, este domingo, que vai pedir reuniões, na próxima semana, com os hospitais que estão com urgências encerradas e apelou ao primeiro-ministro para que apresente medidas que respondam às dificuldades do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O anúncio foi feito à agência Lusa pelo coordenador do grupo parlamentar do PS para a área da saúde, João Paulo Correia, na sequência do encerramento este fim-de-semana de mais de 10 urgências de ginecologia/obstetrícia e de pediatria no país.
“Face à gravidade dos problemas que o SNS está a enfrentar, o grupo parlamentar do PS vai pedir reuniões com as administrações destas ULS [Unidades Locais de Saúde] e vai pedir para que essas reuniões aconteçam na próxima semana”, disse João Paulo Correia.
Segundo o coordenador, estas reuniões irão permitir “chegar a um nível de informação” que o PS considera que “é importante passar para o público e para a opinião pública”.
Para João Paulo Correia, a situação que se vive no SNS mostra que “o plano de emergência apresentado pelo Governo para a área da saúde está a falhar”, o que considerou ser “manifestamente preocupante, porque tem atingido milhares de pessoas que procuram o SNS diariamente”.
“O encerramento das urgências pediátricas, de obstetrícia, ginecologia em alguns hospitais do país, longe daquilo do que era o esperado, mostram que as medidas do plano de emergência para a saúde não estão a responder àquilo que foi o prometido e isto também se deve à falta de planeamento e de programação por parte da nova Direcção Executiva”, criticou.
O deputado socialista considerou preocupante a “postura reactiva” da nova Direcção Executiva do SNS, “o silêncio” da ministra da Saúde nas últimas semanas, assim como o Governo ainda não ter conseguido chegar a acordo com os profissionais de saúde, o que disse acrescentar “ainda mais instabilidade ao dia-a-dia do SNS”.
“Perante o silêncio da senhora ministra da Saúde, de uma nova Direcção Executiva que não é capaz de planear e programar, o grupo parlamentar do PS entende que o primeiro-ministro deve dar uma explicação aos portugueses sobre os falhanços da governação na área da saúde e, acima de tudo, dar garantias sobre aquilo que o Governo pensa fazer no imediato, porque as próximas semanas, o mês de Agosto e também o mês de Setembro antecipam-se como muito problemáticos em muitos hospitais do país”, alertou.
Para João Paulo Correia, “o Governo não tem desculpas para estas falhas”, uma vez que as dificuldades que o SNS vive na altura de Verão, devido à falta de médicos para assegurar as escalas, “não é nada de novo”.
Mas, vincou, “os problemas superam aquilo que era a antecipação das dificuldades que o SNS enfrenta durante o Verão”, frisando que “o plano de Verão que o Governo também prometeu para esta altura, já se percebeu que não existe, ou se existe, falhou redondamente”.
Perante esta situação, o coordenador reiterou que o chefe do Governo, Luís Montenegro, “não pode continuar sem dar uma explicação ao país”, e deve “apresentar medidas que, de facto, respondam às dificuldades do SNS, conforme prometeu na altura da campanha eleitoral”.
Disse ainda que o que está a acontecer vem na linha dos alertas dados pela Ordem dos Enfermeiros, pela Ordem dos Médicos e pelos sindicatos da área da saúde.
“Tudo aquilo que está a acontecer tem confirmado os piores receios vindos de entidades que não são entidades políticas, mas são entidades que operam no sector”, comentou João Paulo Correia, considerando o exemplo “mais assustador” haver grávidas a ter os seus filhos a 200 quilómetros de distância.
Realçou que o caso do Hospital de Leiria - onde existem constrangimentos na Urgência Ginecológica/Obstétrica até 19 de Agosto e onde, a partir de segunda-feira, não é disponibilizado qualquer atendimento urgente nesta área - “é alarmante e deve mobilizar o Governo ao mais alto nível”.