Zheng Qinwen conquista ouro inédito para a China

Medalha de bronze no ténis masculino para o italiano Lorenzo Musetti.

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Tenista chinesa Zheng Qinwen Claudia Greco / REUTERS
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A China fez um investimento no ténis feminino nos anos que antecederam os Jogos de Pequim, em 2008, mas as medalhas só viriam a aparecer mais tarde e na variante de pares, tendo Li Ting e Sun Tiantian conquistado o ouro nos Jogos de Atenas. E foi preciso esperar 20 anos para o ténis chinês ter sucesso no torneio olímpico de singulares, com Zheng Qinwen, de apenas 21 anos, a protagonizar esse objectivo, cheio de significado.

“É irreal, sempre pensei em alcançar uma medalha para a China e foi uma de ouro. O meu país vai estar orgulhoso de mim, eu estou orgulhosa de mim. Obrigado à minha equipa e à minha família. Consegui, mas não foi sozinha”, admitiu Qinwen, número oito do ranking, logo após derrotar Donna Vekic (21.ª), por 6-2, 6-3.

Curiosamente, há 13 anos, a chinesa Li Na triunfou nos mesmos courts de Roland-Garros, meses depois de ter perdido na final do Open da Austrália. Em 2024 foi a vez de Qinwen, mas em vez de sair de Paris com a Taça Suzanne Lenglen como a compatriota, irá ostentar uma medalha de ouro, a primeira do ténis asiático nos Jogos Olímpicos.

“Desde que era criança que queria ganhar uma medalha para o meu país, talvez não de ouro, apenas uma medalha. Desta vez consegui. Foi uma medalha de ouro. Ninguém fez isso no ténis na Ásia. Sinto-me tão feliz por fazer história. Em 2004, nos Jogos Olímpicos, Liu Xiang (o primeiro atleta masculino da China a ganhar uma medalha de ouro olímpica no atletismo), ele sempre disse que lembrar-se-á daquele momento quando tinha 21 anos. Aqui estou eu. Eu também tenho 21 anos”, acrescentou a tenista chinesa.

Como a própria confessou, competir pelo país deu-lhe uma energia extra. Foi assim que Qinwen salvou um match-point na terceira ronda, frente à americana Emma Navarro, logo de seguida precisou igualmente de três horas para afastar (e terminar a carreira) de Angelique Kerber e, nas meias-finais, recuperou de 0-4 no segundo set para colocar fim à série de 25 vitórias consecutivas de Iga Swiatek nos courts de Roland-Garros.

“Venci a pressão, venci o meu limite. Antes, não sabia que era capaz de ganhar cinco encontros seguidos, sete horas nos dois últimos dias. Fui ultrapassando os meus limites e, no futuro, não importa em que fase esteja, irei lembrar-me deste momento e isso irá sempre animar-me”, garantiu Qinwen.

Esta foi a segunda medalha para a China no torneio olímpico de ténis, já que, na sexta-feira, Wang Xinyu e Zhang Zhizhen tinham conquistado a medalha de prata em pares mistos, após perderem a final com os checos Tomas Machac e Katerina Siniakova, por 6-2, 5-7 e 10/8.

Para Donna Vekic este foi também um resultado motivador, pois já esteve por vezes à beira de abandonar a modalidade, mais recentemente em Maio, quando a falta de resultados estavam a minar-lhe a confiança. Mas a resiliência falou mais alto e há três semanas atingiu pela primeira vez uma meia-final de um major, em Wimbledon, e agora tornou-se na primeira tenista da Croácia, homem ou mulher, a conquistar uma medalha de prata olímpica.

A jornada de sábado começou com os australianos Matthew Ebden e John Peers a conquistarem a medalha de ouro em pares masculinos, após derrotarem, no derradeiro encontro, os americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram, por 6-7 (6/8), 7-6 (7/1) e 10/8, depois de recuperarem de um set e um break (2-4) de desvantagem.

A terminar o dia, o italiano Lorenzo Musetti (16.º ATP) garantiu a medalha de bronze ao vencer o canadiano Felix Auger-Aliassime (19.º), por 6-4, 1-6 e 6-3. A final masculina, entre Novak Djokovic (2.º ATP) e Carlos Alcaraz (3.º) terá lugar este domingo, às 13 horas de Portugal.

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