Venezuela, o espelho do mundo

O regime vai, mais uma vez, sobreviver? Não sabemos. Mas sabemos que, desta vez, muita coisa poderá depender da comunidade internacional e da sua capacidade para forçar o braço a Maduro.

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1. O que vai acontecer neste fim-de-semana na Venezuela será um teste sobre o estado do mundo. As provas de que as eleições na Venezuela, há precisamente uma semana, foram “roubadas” pelo regime chavista de Nicolás Maduro são, desta vez, praticamente irrefutáveis. O líder venezuelano, como qualquer autocrata, não pode aceitar nem nunca aceitará ceder o poder pacificamente. O regime transformou-se numa cleptocracia que detém os imensos recursos energéticos do país, que distribui de acordo com a fidelidade a Maduro. As Forças Armadas fazem parte do festim. Um estudo recente dizia que metade da população venezuelana passa fome. Saíram do país nos últimos anos mais de sete milhões de pessoas, na sua maioria para o Brasil e a Colômbia, mas também para os Estados Unidos, à procura de uma vida decente. Qualquer oposição é reprimida. As prisões estão cheias. Os gigantescos recursos naturais do país – que possui as maiores reservas de petróleo e gás do mundo – esgotam-se na degradação da indústria de extracção e na necessidade de recorrer à refinação no exterior – nomeadamente nos Estados Unidos.

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