Rússia liberta Evan Gershkovich na maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria

26 prisioneiros devem ser libertados naquela que poderá ser a maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria, incluindo os jornalistas Evan Gershkovich e Alsu Kurmasheva.

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Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal condenado por espionagem, será um dos prisioneiros libertados Evgenia Novozhenina / REUTERS

O jornalista Evan Gershkovich do Wall Street Journal foi um dos prisioneiros libertados naquela que é a maior troca de prisioneiros desde o início da Guerra Fria envolvendo 26 prisioneiros que foram libertados e trocados entre a Rússia, os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido.

A troca de prisioneiros está a acontecer em Ancara, capital da Turquia, onde um avião do governo russo já aterrou. De acordo com a Presidência turca, que terá ajudado a coordenar a troca, 26 prisioneiros de ambos lados serão libertados, incluindo cidadãos norte-americanos, russos, alemães, polacos, eslovenos, bielorrussos e noruegueses.

Dez dos prisioneiros, acrescenta a Presidência do país, vão ser enviados para a Rússia, enquanto 13 irão para a Alemanha e três irão para os Estados Unidos.

Evan Gershkovich, jornalista do jornal norte-americano Wall Street Journal, tinha sido detido na cidade russa de Ekaterinburgo em Março do ano passado e tinha sido condenado a 16 anos de prisão no passado mês de Julho, acusado de tentar recolher informações militares confidenciais na Rússia.

A sua libertação já foi confirmada pela Casa Branca, que afirmou que três outros prisioneiros libertados voltariam para os Estados Unidos, nomeadamente Alsu Kurmasheva, Paul Whelan e Vladimir Kara-Murza.

Alsu Kurmasheva, jornalista com dupla nacionalidade russa e norte-americana da Radio Free Europe/Radio Liberty, tinha também sido condenada a seis anos e meio de prisão em Julho por espalhar "notícias falsas" sobre o exército russo relativamente à invasão russa da Ucrânia.

Paul Whelan, ex-marine dos Estados Unidos, tinha sido detido em Dezembro de 2018, acusado de espionagem enquanto viajava pela Rússia com passaporte norte-americano e foi condenado a 16 anos de trabalhos forçados em 2020.

Já Vladimir Kara-Murza, jornalista russo-britânico com autorização de residência nos EUA e conhecido crítico do regime de Putin tinha sido condenado a 25 anos de prisão por espalhar "informações falsas" sobre o exército russo.

"Hoje, celebramos o regresso de Paul, Evan, Alsu e Vladimir e rejubilamo-nos com as suas famílias. Recordamos todos aqueles que continuam injustamente detidos ou mantidos como reféns em todo o mundo", escreveu a Casa Branca, num comunicado publicado no site.

A principal peça chave para desbloquear a troca de prisioneiros foi a libertação de Vadim Krasikov, agente russo condenado na Alemanha em 2021 por ter assassinado um rebelde tchetcheno num parque na capital alemã de Berlim sob ordens russas.

Segundo o Governo alemão, a decisão de libertar não foi tomada "de ânimo leve".

"O interesse do Estado em executar a pena de prisão de um criminoso condenado foi contrabalançado com a liberdade, o bem-estar físico e, em alguns casos e em última análise, com a vida de pessoas inocentes presas na Rússia e de pessoas injustamente presas politicamente", escreveu o Governo num comunicado publicado no site.

Rico Krieger, cidadão alemão condenado à morte na Bielorrússia, foi libertado depois de ter sido perdoado pelo Presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, aliado muito próximo da Rússia que esteve envolvido na troca de prisioneiros.

Outros dos prisioneiros envolvido na troca é Ilya Yashin, líder de um partido da oposição russa entretanto dissolvido em 2023 e antigo membro da Câmara Municipal de Moscovo que estava a cumprir uma pena de prisão de 8 anos e meio.

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