Alemão condenado à morte na Bielorrússia perdoado por Lukashenko

Rico Krieger terá sido perdoado para permitir troca de prisioneiros entre o Ocidente e Moscovo.

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Rico Krieger foi condenado à morte na Bielorrússia por terrorismo e outras acusações BELTELERADIO COMPANY / VIA REUTERS
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O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, decidiu perdoar Rico Krieger, um alemão condenado à morte por terrorismo e outras acusações.

A Rússia, aliada próxima da Bielorrússia, está actualmente em diálogo com o Ocidente sobre uma possível troca que envolve o jornalista norte-americano Evan Gershkovich — condenado por espionagem, que o próprio nega ter feito —​ e outros cidadãos detidos no país. Entre as pessoas que Moscovo gostaria de libertar está Vadim Krasikov, um russo que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha por assassinato. A libertação deste cidadão russo exigiria que Berlim recebesse algo em troca, daí que Lukashenko tenha decidido perdoar Krieger.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha confirmou que Krieger tinha sido perdoado. "Esta notícia é um alívio", disse um porta-voz do Governo à agência Reuters por email, acrescentando que o objectivo continua a ser trazer Krieger de volta para a Alemanha o mais rápido possível.

As autoridades alemãs confirmaram no início deste mês que um dos seus cidadãos tinha sido condenado à morte na Bielorrússia, que permitiu que Moscovo usasse o seu território em 2022 para enviar tropas para a Ucrânia. O ex-Estado soviético é o único país europeu que ainda aplica a pena de morte.

Numa entrevista ao canal de televisão estatal, emitida na semana passada, Krieger disse que o serviço de segurança SBU da Ucrânia lhe tinha pedido para fotografar algumas localizações militares na Bielorrússia em Outubro passado e para colocar explosivos numa linha de comboio a sudeste de Minsk.

Não fica claro se a confissão de Krieger aconteceu sob coação, mas o alemão disse que se arrependia das suas acções e que esperava obter um perdão de Lukashenko.

Na terça-feira, Lukashenko foi citado pela agência de notícias estatal BelTA a dizer que, como Presidente, teria a "última palavra" sobre o caso Krieger.

A BelTA referiu que Lukashenko tinha convidado várias pessoas envolvidas no caso para uma conversa. A agência de notícias publicou uma fotografia do Presidente sentado numa mesa com cinco pessoas, incluindo um investigador estatal e o advogado de Krieger. "As coisas mais difíceis no destino de um Presidente são casos como este, que envolvem punição excepcional", disse Lukashenkow.

O advogado de Krieger, Vladimir Gorbach, foi citado como tendo dito que a reunião tinha sido "franca". "Esperamos que o chefe de Estado cometa um acto de humanidade", disse Gorbach.