Popovici é mesmo “um gajo que nada depressa”

O romeno de 19 anos conquistou a sua primeira medalha de ouro olímpica com um triunfo nos 200m livres. Com menos dois anos, Summer McIntosh fez o mesmo nos 400m estilos.

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David Popovici, nadador romeno ANNA SZILAGYI / EPA
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Quando alguém começa a ganhar aos 17 anos, espera-se uma longa carreira a ganhar, mas nem todos conseguem. Com essa idade David Popovici já ganhava títulos mundiais e batia recordes, mas um hiato de um ano longe do topo foi o suficiente para se questionar a longevidade deste prodígio romeno da natação. Em Paris 2024, Popovici regressou em grande ao topo com uma medalha de ouro na final dos 200m estilos, confirmando na piscina olímpica o que disse há não muito tempo sobre si próprio: “Eu sou só um gajo que nada depressa.”

Essa era a narrativa para esta final no terceiro dia da natação olímpica em Paris. Iria Popovici elevar-se até ao ouro, ele que tinha sido quarto há três anos em Tóquio? Só um dos medalhados desses Jogos estava nesta final – o britânico Duncan Scott, prata em 2021. Seria um dos adversários do romeno, tal como o alemão Lukas Martens, já campeão em Paris nos 400m livres. E foi Martens quem dominou até aos 300m, virando em primeiro para os últimos 100m.

O romeno alternou entre o segundo e o terceiro, e teve de trabalhar para o ouro na aceleração final, com uma chegada decidida ao centésimo – Popovici fez 1m44,72s, o britânico Matthew Richards chegou 0,02s depois e o norte-americano Luke Hobson ficou a 0,07s. Mas o romeno não terá muito tempo para saborear a medalha. A sua segunda campanha olímpica continua logo na manhã desta terça-feira, nas eliminatórias dos 100m livres – vai nadar na nona série, ao lado do português Diogo Ribeiro, que fará a sua estreia na piscina de La Defense.

Summer time

Popovici chegou ao topo com 17 anos, mas há quem comece a ganhar ainda mais cedo. Summer McIntosh estreou-se nos Jogos Olímpicos com 14, ganhou títulos mundiais aos 15 e aos 16, e, aos 17, já tem um título olímpico (e uma medalha de prata). Depois de se ter sido “vice” na corrida do século que consagrou Ariarne Titmus e deixou para trás Katie Ledecky, a canadiana foi a única protagonista na final dos 400m estilos.

Foi, de facto, “Summer time” em Paris, como se viu escrito em cartazes de adeptos canadianos. McIntosh liderou aos 100m, aos 200m, aos 300m e ninguém a apanhou até aos 400m. Numa prova em que é recordista do mundo (4m24,38s), McIntosh até fez um tempo bem modesto, mas o seu razoável foi inalcançável para a concorrência, as norte-americanas Katie Grimes (a 5,69s) e Emma Weyant (a 7,22s). E com duas medalhas já no currículo, a adolescente canadiana ainda quer mais, estando ainda inscrita nos 200m estilos, 200m mariposa e na estafeta de 4x200m livres.

A final feminina mais aguardada da noite era a dos 200m livres, com uma batalha australiana entre Mollie O’Callaghan e Ariarne Titmus, que já tinha sido campeã nos 400m livres. Foi O’Callaghan quem levou a melhor, com um novo recorde olímpico (1m53,27s), deixando Titmus, que parecia bem lançada para mais um ouro, a 0,54s e Sioban Haughney, de Hong Kong, a 1,28s.

Depois de uma carreira com múltiplas medalhas em Mundiais, o italiano Thomas Ceccon finalmente conseguiu a sua primeira medalha individual nos Jogos Olímpicos, triunfando na final dos 100m costas à frente do chinês Xu Jyaiu e do experiente norte-americano Ryan Murphy, campeão da distância no Rio 2016. E na final feminina dos 100m bruços, foi a sul-africana Tatjana Smith a ficar com o ouro, tal como tinha acontecido em Tóquio.

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