Os “imigrantes de luxo” no ensino universitário do Direito

A nova saloiice legal traduzida na aceitação indiscutível da bondade do ensino do Direito em Inglês não deverá ser acriticamente considerada boa.

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“É assim”, como dizem os nossos alunos: imaginem que contratamos uma professora grega doutorada na Alemanha que fale Inglês com sotaque alemão, como o Herr Flick do Allo, Allo!. Se for doutora em Direito Penal lecionará Direito Penal Especial. Sim, o Direito Penal é o último reduto da expressão da soberania dos Estados e, por isso, tem em regra especificidades de que o legislador nacional não abre mão. Sim, implica o domínio de uma filigrana jurídica com conceitos intrincados e não facilmente traduzíveis para Inglês sem esvaziamento do seu conteúdo essencial. Pois. Mas quem disse que traz felicidade aos alunos de Direito aprender esses conceitos? Pelo contrário, estraga a experiência inesquecível que significam quatro anos de universidade aberta, arejada, com múltiplas atividades extracurriculares que tornam qualquer tradicional passeio pela serra da Estrela obsoleto e sem graça.

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