Um dos blocos de partos do Santa Maria deverá abrir em Agosto

O segundo bloco deve abrir a 1 de Setembro, permitindo que o hospital de Lisboa volte a funcionar em pleno

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O Hospital de Santa Maria espera ter os blocos de parto a funcionar em pleno dentro de pouco mais de um mês Miguel Manso (Arquivo)
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Um dos novos blocos de partos da ULS de Santa Maria deverá estar a funcionar em Agosto, anunciou o presidente da instituição, referindo que Lisboa terá "os dois maiores hospitais em operação plena" em Setembro.

"No dia 1 de Setembro teremos os dois blocos abertos. Estamos a fazer algum esforço para, no dia 19 de Agosto, 12 dias antes do final do mês, conseguirmos abrir o bloco de partos número um, que é o mais pequeno", adiantou o presidente da Unidade Local de Saúde de Santa Maria, Carlos Martins, em entrevista à agência Lusa. O novo bloco de partos, a "Maternidade Luís Mendes da Graça", tem previsão de abertura em 1 de Setembro.

"Vamos seguramente conseguir [abrir o primeiro bloco em 19 de Agosto], temos isso num plano ratificativo, porque é para dar apoio precisamente à urgência, e a urgência vai passar a dar uma maior resposta às grávidas até às 22 semanas", salientou.

Carlos Martins disse que a ULS de Santa Maria irá ter outras condições, mas admitiu que "os problemas que têm sucedido não vão desaparecer todos". "Os resultados serão claramente muito diferentes. A partir de Setembro - agora estamos numa fase de transição e a MAC [Maternidade Alfredo da Costa] já está na fase de trabalho a 100% -, a região de Lisboa e Vale do Tejo terá os dois maiores hospitais, que são universitários, em operação plena", realçou.

O responsável disse ainda que, desde Janeiro, o departamento teve que "assegurar a urgência metropolitana de ginecologia sozinho" e que fez apenas três partos no primeiro semestre.

"Tivemos três partos este semestre, todos eles de emergência. Num deles um helicóptero que aterrou aqui de emergência, a pedido da tripulação, sobretudo da equipa médica, e mais dois casos complexos. Os únicos partos que fizemos foi em situações de emergência e o resto tivemos as rotinas normais", vincou.

Carlos Martins recordou que desde há um ano que os profissionais de saúde têm estado a trabalhar "com condições que não são as melhores".

"Tivemos de refazer o plano de actividades do departamento. [...] Conseguimos neste semestre ter mais actividade do que tivemos no primeiro semestre do ano passado, onde ainda estávamos em capacidade máxima, e mais actividade do que em 2022", exaltou.

Mais consultas do que em 2019

De acordo com o presidente da ULS de Santa Maria, já foram ultrapassadas as consultas de 2019, ano anterior ao início da pandemia de covid-19. "O meu indicador de referência é sempre 2019. E nós ultrapassámos as consultas do ano de 2019, e estamos em condições, já com estes espaços operacionais, e com os resultados do primeiro semestre, de ficar muito próximo daquilo que foi a actividade, à excepção, naturalmente, dos partos", sustentou.

O investimento global de seis milhões de euros permitiu remodelar a urgência de Obstetrícia e Ginecologia e construir 12 salas, dois blocos operatórios e uma sala de observações na nova maternidade, num total de cerca de 1000 metros quadrados de área nova a ser construída. "Estamos a falar de quartos individuais, quartos no máximo de duas camas, com um quarto de banho privativo e também condições de trabalho para os profissionais em termos das áreas de trabalho e das áreas de descanso", explicou Carlos Martins.

As perspectivas para o próximo ano, segundo o responsável da ULS da Santa Maria, é que o hospital possa realizar três mil partos anuais, estando prevista a contratação de 120 profissionais entre este ano e 2025. "Em termos humanos, também aquilo que tínhamos previsto para esta fase está concluído, os processos estão concluídos e iremos continuar a contratar médicos, enfermeiros, técnicos auxiliares de saúde e assistentes técnicos. Até ao final do ano não temos nenhuma preocupação, o planeamento está a ser executado sem qualquer contratempo", disse.