Nuno Melo inaugura linha de manutenção da OGMA que vai gerar 200 empregos

Ministro da Defesa elogiou privatização da OGMA em 2005 e defendeu aposta nas indústrias do sector.

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Nuno Melo acompanhado pelos directores da Embraer e da OGMA FILIPE AMORIM / LUSA
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O ministro da Defesa Nacional inaugurou esta quinta-feira a nova linha de manutenção da empresa de indústria aeronáutica OGMA, que vai gerar 200 postos de trabalho, elogiando os resultados da sua privatização em 2005.

"Falamos de uma nova linha de manutenção que representa, como já foi dito, um investimento de mais de 90 milhões de euros, investimento directo estrangeiro numa empresa que está em Portugal, que tem uma participação do Estado português e que opera num sector estratégico da nossa economia. Tenho dito muitas vezes que a iniciativa privada tem na Defesa um mundo de oportunidades, sendo que a Defesa Nacional tem também, na iniciativa privada, um parceiro", defendeu Nuno Melo.

O ministro da Defesa falava na OGMA — Indústria Aeronáutica de Portugal, em Alverca, distrito de Lisboa, onde representou o primeiro-ministro na cerimónia de inauguração da nova linha de manutenção desta empresa de indústria aeronáutica, 35% detida pelo Estado português, através da idD Portugal Defence.

A infra-estrutura representa um investimento de mais de 90 milhões de euros feito pela OGMA desde 2021 e torna a empresa num centro de manutenção autorizado para os motores GTF, da norte-americana Pratt & Whitney, que equipam a nova geração de aeronaves comerciais da Embraer e da Airbus.

No discurso e nas declarações aos jornalistas, Nuno Melo lembrou que, em 2005, quando o também centrista Paulo Portas era ministro da Defesa, a OGMA "vivia muitos problemas", o que levou o Governo PSD/CDS-PP de então a privatizar a empresa, ficando o Estado com uma percentagem minoritária, projecto "de que muitos duvidaram".

"É com muita honra que hoje, passados todos estes anos, testemunho também como ministro da Defesa o sucesso da aposta. Esta foi uma associação virtuosa. Portugal, também através da Embraer, investindo na OGMA, modernizou-se, abriu-se ao mercado e hoje é uma empresa de referência mundial", acrescentou.

O governante sublinhou que "as indústrias de Defesa não devem ser vistas com ideologia", mas com "lucidez e pragmatismo".

Perante vários responsáveis da OGMA, da Embraer e da norte-americana Pratt & Whitney, Nuno Melo salientou que, para o Governo, o que importa é "a criação de postos de trabalho, a criação de riqueza e aquilo que pode ser virtuoso".

O ministro sublinhou que este é "o maior investimento privado na OGMA nos últimos 20 anos, desde a sua privatização", estando em causa a criação de 200 novos postos de trabalho "altamente qualificados".

Como exemplo de que "as indústrias de Defesa são uma oportunidade", Nuno Melo lembrou que assinou recentemente a resolução que "permitirá a construção e venda, também no universo NATO" da aeronave intitulada Super Tucano.

"O Super Tucano é uma aeronave cuja base é Embraer, mas que vai incorporar muita tecnologia nacional. A conversão da Embraer para os requisitos e especificações da NATO será feita através da indústria portuguesa, altamente tecnológica. Isto vai gerar postos de trabalho e receitas para o Estado português", afirmou.

O ministro disse ainda que a própria formação de pilotos para estas aeronaves poderá "no futuro ser feita em Portugal, com a colaboração absolutamente fundamental da Força Aérea Portuguesa".

"Este Governo tem um objectivo muito claro: colocar a Defesa e a economia de Defesa ao serviço de Portugal, por isso estamos a criar essas condições todos os dias e não podemos desperdiçar oportunidades para investir no cluster da economia de Defesa e potenciar esse crescimento económico", realçou.

O ministro não quis fazer mais comentários sobre aumentos das remunerações das Forças Armadas, voltando a remeter "boas notícias" para "breve".

Interrogado sobre se uma eventual privatização do Arsenal do Alfeite, que se encontra tecnicamente falido, poderia ser uma solução para os estaleiros, Nuno Melo não respondeu, dizendo apenas que em breve irá deslocar-se às instalações desta empresa que são "outra prioridade" do Governo.