Jogos Olímpicos arrancaram com “circo” e derrota insólita da Argentina

Os sul-americandos marcaram um golo no minuto 90’+16’ contra Marrocos que foi anulado cerca de uma hora depois. “O que aconteceu foi um escândalo”, disse o seleccionador argentino.

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A confusão no jogo entre a Argentina e Marrocos, com a invasão do relvado por adeptos marroquinos Thaier Al-Sudani / REUTERS
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A dois dias da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, em França a competição masculina de futebol já está em andamento. E o início do certame olímpico ficou marcado por um acontecimento insólito: em Saint-Étienne, a Argentina fez um golo que daria o empate aos 90’+16’, mas o jogo foi suspenso logo de seguida, após uma invasão de campo de adeptos marroquinos. O site oficial da prova deu o jogo por “interrompido” e, alguns minutos depois, a organização deu a partida como finalizada, com o resultado em 2-2. Porém, mais tarde, os jogadores foram avisados de que teriam de regressar ao relvado e o golo de Medina foi revisto pelo VAR, sendo anulado por fora-de-jogo.

Com o estatuto de campeã do mundo e vencedora da Copa América, a Argentina aposta forte numa vitória olímpica e apresentou-se em França com reforços, como Rulli, Otamendi e Álvarez, que se juntam a um escalão de sub-23 em que se destacam jogadores como Thiago Almada ou Lucas Beltrán. No entanto, na estreia, os argentinos acabaram surpreendidos por uma selecção de Marrocos comandada por Tarik Sektioui, antigo jogador do FC Porto.

Mais fortes colectivamente, os africanos chegaram a ter dois golos de vantagem: Rahimi, avançado do Al Ain, bisou aos 45’+2’ e 51’. Encostada às cordas, a Argentina reduziu aos 68’, por Giuliano Simeone e, no último suspiro, os sul-americanos festejaram o empate: ao 16.º minuto de descontos, Cristian Medina fez o que parecia ser o 2-2 final.

De imediato, os adeptos marroquinos invadiram o relvado e lançaram artefactos pirotécnicos na direcção dos jogadores argentinos, o que obrigou à intervenção da polícia e a que o árbitro desse como suspensa a partida.

Mais de uma hora depois, os jogadores foram avisados de que teriam de regressar ao relvado, com o anúncio-surpresa de que o golo de Medina tinha sido anulado e que as equipas iriam ter de jogar mais três minutos, período em que o 2-1 para Marrocos se manteve.

No final do jogo, Javier Mascherano, seleccionador argentino, reagiu de forma contundente. “Nunca nos disseram que estavam a rever. O jogo foi suspenso pela segurança. Nunca falaram em rever a jogada. Depois, sem novidades, começamos a notar coisas. O árbitro nunca nos explicou nada. Não queremos ser beneficiados, mas também não queremos que nos façam o que fizeram hoje. O que aconteceu foi um escândalo. Não é um torneio do bairro, são os Jogos Olímpicos. É o maior circo que já vi na minha vida”, desabafou o antigo médio.

Se a Argentina perdeu na estreia, a Espanha conseguiu vencer, mas precisou de sofrer. Frente ao Uzbequistão, Marc Pubill colocou os espanhóis a vencer após assistência do ex-bracarense Abel Ruiz, mas Shomurodov restabeleceu a igualdade em cima do intervalo, na cobrança de uma grande penalidade.

Todavia, em cima da hora de jogo e três minutos depois de falhar um penálti, Sergio Gómez fez o golo que garantiu os três pontos à Espanha. Já a França teve menos dificuldade: com três golos nos últimos 30 minutos, derrotou os Estados Unidos, por 3-0.

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