Fnam aponta para 75% de adesão à greve dos médicos e tutela fala em 31%

Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a actualização da grelha salarial.

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A greve geral dos médicos chega esta quarta-feira ao fim FILIPE AMORIM / LUSA
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A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) estimou esta quarta-feira que a adesão à greve dos médicos que termina hoje esteja nos 75%, na média nacional dos dois dias, enquanto o Ministério da Saúde aponta para uma participação de 31,3% no primeiro dia.

"O balanço à adesão foi bastante elevado: ontem foi 70%, hoje estamos na ordem dos 80%, até houve uma adesão mais elevada em alguns locais, portanto, o balanço final destes dois dias é de 75%", disse à Lusa a presidente da Fnam.

De acordo com Joana Bordalo e Sá, os números apresentados pelo sindicato revelam "uma grande unidade entre os médicos". "O Ministério da Saúde, de Ana Paula Martins, deve reflectir sobre cada consulta e cirurgia adiada, porque nós sabemos que isto tem um transtorno enorme na vida dos utentes e dos doentes do Serviço Nacional de Saúde", adiantou, salientando que a tutela é a "única responsável" e que, "uma vez mais, nada fez para garantir mais médicos no SNS".

Em resposta à Lusa, o Ministério do Saúde referiu que "os dados preliminares", referentes a terça-feira, "indicam uma adesão de 31,3%, entre as 26 Unidades Locais de Saúde (ULS) e Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) já apurados".

"No que se refere a consultas médicas, o Ministério da Saúde tem a indicação de que 75,1% das consultas programadas para 23 de Julho foram realizadas, enquanto ao nível das cirurgias foi praticada 50% da actividade programada", acrescentou.

De acordo com os dados da Fnam, a unidade local de saúde (ULS) do Alto Minho regista uma adesão de 100% e "nenhum médico está a trabalhar". Também o bloco central do Hospital de Viana do Castelo está com uma adesão de 100%, enquanto o serviço de medicina interna regista uma participação 87%.

No Hospital de São João, no Porto, esta quarta-feira só há uma sala no bloco central a funcionar com serviços como estomatologia ou dermatologia a registarem 100% de adesão, bem como o de otorrino. No Hospital de Santo António, também só funcionou uma sala no bloco central e as urgências.

Sobre o IPO do Porto, a força sindical realçou que o bloco operatório só teve duas salas a funcionar, estando "parado em 75%", enquanto o serviço de ginecologia teve uma adesão de 80% e o serviço de oncologia "mais ou menos 60%". As unidades hospitalares de Vila Nova de Gaia, Penafiel e Amarante também assinalaram "bastante participação" à greve.

Na região Centro, a adesão volta a rondar os 80% nos cuidados de saúde primários, como na terça, enquanto nos Hospitais Universitários de Coimbra regista "75% de encerramentos".

Ainda sem dados concretos, a Fnam sustentou que "a adesão também foi significativa no sul" do país.

Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a actualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias, se gozadas fora da época alta.