Universidade de Coimbra desenvolve robô para estimulação cognitiva de idosos

Robô assistencial desenvolvido por um estudante de electrotécnica tem a capacidade de interagir e comunicar com pessoas através da fala.

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Projecto visa a estimulação cognitiva de idosos Nelson Garrido/arquivo
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Um jogo sério baseado num robô assistencial para estimulação cognitiva sénior, desenvolvido por um estudante da Universidade de Coimbra (UC), foi testado com sucesso em idosos da Cáritas Diocesana daquela cidade, foi esta quarta-feira anunciado.

Este teste piloto decorreu no âmbito do projecto EuroAGE+, que tem por objectivo promover o envelhecimento activo através da utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e, em particular, de robôs sociais assistenciais, revelou a UC, em comunicado.

Este jogo sério é baseado num robô social que tem a capacidade de interagir e comunicar com pessoas através da fala, e foi desenvolvido por Pedro Almeida, estudante do Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no âmbito da dissertação "Interacção de um Robô Social com Utilizadores Humanos através de Linguagem Natural", orientada pelos docentes do DEEC, Rui P. Rocha e Fernando Perdigão.

"O robô tem a capacidade de falar, incluindo expressões labiais sincronizadas com a fala, mas também de escutar e compreender o que o utilizador humano fala", descreve Rui P. Rocha, citado na nota.

"O jogo sério consiste num sistema interactivo que efectua a narração de uma história em que o robô interpela o utilizador dando-lhe a possibilidade de escolher o curso seguinte da história, mediante as respostas recebidas pelo idoso e as suas preferências", esclarece o orientador.

No projecto de Pedro Almeida, estudante finalista do curso de mestrado, a história contada pelo robô é gerada através de Inteligência Artificial e é sempre diferente.

"A narração é criada com base nas preferências e dados pessoais do utilizador, que são introduzidos no sistema através de uma interface desenvolvida para os terapeutas ocupacionais poderem especificar as histórias de acordo com as necessidades específicas de cada utilizador", conta Rui P. Rocha, esclarecendo que a complexidade do léxico e do enredo da história, e até a velocidade a que é contada, são adaptadas automaticamente pelo robô, consoante o nível cognitivo do utilizador idoso a que se destina.

De acordo com o também investigador do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da FCTUC, o teste piloto, realizado em 14 idosos da Cáritas Diocesana de Coimbra, teve muito sucesso. "Quer os utilizadores idosos que participaram nesta primeira experiência, quer as terapeutas ocupacionais que conduziram as sessões de narração de histórias, fizeram uma avaliação positiva deste jogo sério, evidenciando o elevado potencial do trabalho que tem sido e continuará a ser desenvolvido neste projecto", conclui.

No projeto EuroAGE+, que recebeu um financiamento global de 1,6 milhões de euros por parte da União Europeia, participam entidades de Portugal e Espanha, nomeadamente o ISR/FCTUC, Universidad de Extremadura, Universidad de Valladolid, o Centro de Cirugía de Mínima Invasión Jesús Usón e o Instituto Politécnico da Guarda e Instituto Politécnico de Castelo Branco.