Sabia-se que Trump era perigoso. Por azar, também é corajoso

Mesmo os que detestam Trump sentem-se obrigados a admitir que ele tem pelo menos uma qualidade genericamente estimada.

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No mais recente volume dos seus excelentes diários (chama-se A Desoras e foi lançado pela D. Quixote), o embaixador Marcello Duarte Mathias recorda a morte por enforcamento de Saddam Hussein a 30 de Dezembro de 2006, e a “sobriedade” que ostentou naquele momento. Saddam recusou que lhe cobrissem a cabeça, e já com “a corda ao pescoço, ainda trocou, numa atitude desafiante e em jeito de troça, umas palavras com os carrascos à sua volta. Numa palavra, soube morrer – e morreu bem”. Marcello Duarte Mathias nota que isso em nada redime ou absolve o ditador iraquiano, mas que o facto “não deve ser minimizado ou simplesmente obliterado”. O detestável Saddam Hussein foi um homem corajoso na hora da morte.

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