Houthis reivindicam ataque com drone que fez um morto em Telavive

Explosão foi ouvida pelas 3h perto da embaixada dos Estados Unidos. O ataque foi realizado “em apoio ao povo palestiniano” e “em resposta aos massacres israelitas em Gaza”, declarou o grupo.

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Explosão aconteceu pelas 3h15, no centro de Telavive, perto da embaixada dos Estados Unidos Ricardo Moraes / REUTERS
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Edifício em Telavive que terá ficado danificado depois do ataque Ricardo Moraes / REUTERS
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Explosão fez alguns feridos, com o número divulgado pelas agências de notícias a variar entre dois e dez Ricardo Moraes / REUTERS
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Os rebeldes houthis do Iémen reivindicaram nesta sexta-feira a autoria de um ataque em Telavive com um drone de fabrico iraniano que matou pelo menos uma pessoa e feriu outras quatro esta madrugada.

Pelo menos uma pessoa, um homem de 50 anos, morreu numa explosão ouvida pelas 3h15 (1h15 em Portugal), no centro de Telavive, perto da embaixada dos Estados Unidos. Oito pessoas foram ainda levadas para hospitais da cidade, tendo quatro delas sido tratadas por ferimentos causados por estilhaços, segundo as autoridades de emergência israelitas, citadas pelo The Times of Israel.

“A Força Aérea das Forças Armadas do Iémen [como os houthis se autodenominam] levou a cabo uma operação militar qualitativa, que consistiu em atacar um dos alvos importantes na região ocupada de Jaffa, chamada ‘Telavive israelita’”, afirmou o porta-voz militar dos houthis, Yahya Sarea, em comunicado.

Segundo o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, citado pela Reuters, o drone era um modelo actualizado Samad-3, de fabrico iraniano, que terá chegado vindo do Iémen até Telavive.

O veículo aéreo não tripulado utilizado é capaz de evitar os sistemas de intercepção do inimigo e não ser detectado pelos radares, afirmou ainda o porta-voz dos houthis, na mesma nota, publicada na rede social X (antigo Twitter).

A operação atingiu com sucesso os objectivos, disse o responsável, alertando que os houthis declaram a região ocupada de Jaffa uma área insegura e que será um alvo principal dentro do alcance das armas do grupo.

O ataque foi realizado em apoio ao povo palestiniano e em resposta aos massacres israelitas em Gaza, declarou.

Vamos concentrar-nos em alcançar a frente interna do inimigo sionista e atingir as profundezas, sublinhou o porta-voz, admitindo que o grupo tem objectivos sensíveis militares e de segurança em Israel, que vai continuar a atacar em resposta aos massacres e crimes do inimigo contra os irmãos em Gaza.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse, em comunicado, que iriam acertar contas com quem quer que atente contra o Estado de Israel ou contra ele aja para causar terror. O comunicado, emitido pelo gabinete do ministro, foi emitido depois de uma reunião com líderes militares para avaliar o ponto de situação.

O presidente da câmara de Telavive, Ron Huldai, anunciou que a cidade elevou o nível de alerta depois do ataque. Huldai, citado pelo jornal The Times of Israel, disse ainda que a cidade estava pronta para mais desenvolvimentos, caso os houvesse, e pediu aos cidadãos para seguirem as instruções das autoridades.

Já o embaixador dos Estados Unidos em Israel disse na rede social X que estava chocado com o descarado ataque de um drone houthi em Telavive esta manhã, afirmando que todos os membros do staff da embaixada estavam seguros.

Os rebeldes houthis do Iémen, próximos do Irão e que controlam parte do país devastado pela guerra, têm vindo a realizar ataques ao largo da costa do país desde Novembro.

Os houthis defendem que os ataques visam navios que sirvam portos israelitas em solidariedade com os palestinianos, no contexto da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.

Os Estados Unidos, um aliado próximo de Israel, criaram em Dezembro uma força multinacional para proteger a navegação na zona estratégica e lançaram os primeiros ataques no Iémen em Janeiro, com a ajuda do Reino Unido.

A contra-ofensiva não dissuadiu os houthis, que dizem estar agora a atacar também navios norte-americanos e britânicos. Os houthis integram o chamado “eixo de resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.

Notícia actualizada às 15h19