Parlamento saúda eleição de Costa para o Conselho Europeu. Chega e IL votaram contra

Voto proposto pela Comissão de Assuntos Europeus elogia ex-primeiro-ministro e a capacidade da diplomacia portuguesa.

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Luís Montenegro e António Costa na residência oficial de São Bento antes do almoço para assinalar a eleição para o Conselho Europeu FILIPE AMORIM / LUSA
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A Assembleia da República aprovou nesta quinta-feira um voto de saudação pela eleição de António Costa como presidente do Conselho Europeu apesar dos votos contra do Chega e da IL e da abstenção do Bloco e do PCP. O voto, apresentado pela Comissão de Assuntos Europeus, salienta que se trata de uma "função de liderança decisiva na política europeia num momento de tão grande exigência para o futuro da Europa" e deseja ao ex-primeiro-ministro "todo o sucesso na missão que agora assumirá, de forma a contribuir para a construção de uma União Europeia mais forte, inclusiva, coesa e sustentável".

O texto da comissão liderada pelo social-democrata Telmo Faria considera a eleição do antigo primeiro-ministro "mais um marco significativo para Portugal, num contexto europeu a 27 países, reunindo um consenso alargado entre várias famílias políticas e governos nacionais".

"Representa o reconhecimento da relevância do país no cenário europeu e mundial (...) fruto de décadas de esforço e dedicação" da diplomacia nacional e também da "liderança política" na promoção de "valores democráticos, justiça social e desenvolvimento sustentável", assim como o contributo para a construção de uma Europa "mais coesa e solidária, honrando, por essa razão, Portugal e os portugueses".

O voto é bastante elogioso sobre as competências de António Costa, em linha com os elogios feitos pelo primeiro-ministro no último debate quinzenal e no estado da nação.

"A experiência adquirida por António Costa na liderança do Governo da República, e consequentemente, no plano europeu e na vida do Conselho Europeu, assegurará a presença de uma visão estratégica informada sobre os desafios partilhados na Europa e um compromisso inabalável com os valores europeus de comprometimento com um projecto de paz, solidariedade e coesão", afirma o voto de saudação.

"A capacidade conciliadora e de construção de consensos por si evidenciada no passado ter-se-ão revelado características determinantes para a escolha pelos membros do Conselho para o exercício da sua presidência, na expectativa de que se revelem cruciais na definição das prioridades e na mobilização para a construção de um caminho europeu comum."

Trata-se de uma "função de liderança central no quadro europeu e internacional", e, "num momento exigente e crucial para o projecto europeu, marcado por desafios que testam a nossa coesão e resiliência, é uma eleição que acarreta especial responsabilidade". "A Europa enfrenta uma complexidade crescente de desafios", aponta o voto, elencando "ameaças à democracia e aos valores europeus", as "tensões geopolíticas emergentes", assim como os impactos da pandemia e as consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

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